A gravidez do presidente desvairado
"Às vezes Jair Messias consegue ser de um ridículo e de uma grosseria especialmente atrozes, sem deixar de dar mostras palpáveis de seu irremediável desequilíbrio e de uma irresponsabilidade sem antecedentes", escreve o colunista Eric Nepomuceno
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Às vezes Jair Messias consegue ser de um ridículo e de uma grosseria especialmente atrozes, sem deixar de dar mostras palpáveis de seu irremediável desequilíbrio e de uma irresponsabilidade sem antecedentes.
Fez isso dois dias seguidos: na quinta, foi a uma padaria. E violando não apenas a lógica e o bom senso, mas também o que determina o governo da capital federal, consumiu dentro do estabelecimento.
Na sexta foi até o Hospital das Forças Armadas, a uma farmácia e ao apartamento que tem desde seus tempos de deputado obscuro (nunca é demais lembrar uma estampa clara da sua honestidade e de seu sentido de decência: mesmo sendo proprietário de um imóvel, recebia auxílio moradia da Câmara) e onde hoje mora um de seus filhos.
Essa visita teve ao menos uma desculpa: era aniversário do pimpolho. À farmácia, nada: puro desafio deste paspalho que adora dar mostras de que é um machão em estado puro. Mentecapto, desvairado, mas machão.
Se a orientação tanto da Organização Mundial de Saúde como de seu próprio ministro da área, além de médicos, cientistas e pesquisadores do mundo inteiro é ficar em casa, Jair Messias quer deixar claro que nele, ninguém manda.
Quer dizer: ninguém ou quase. Afinal, não podemos esquecer a freada que ele foi obrigado a dar graças ao que ouviu de dois generais supostamente subordinados a ele na hora de se livrar de Mandetta.
O argumento de Jair Messias para andar perambulando por aí é tão raso e rasteiro como ele: o direito constitucional de ir e vir.
O problema é quando exercer esse direito põe a saúde alheia em risco. As cenas de esganiçadas moçoilas e espevitados rapagões abraçando Jair Messias para tirarem fotos deixam claro que a imbecilidade não é uma coisa exclusiva do sacripanta que todo dia deposita as ancas na cadeira presidencial. Vai bem mais longe. Tanto assim, que ele foi eleito.
Ao sair da visita ao Hospital das Forças Armadas ele ouviu a pergunta inevitável: a que se devia?
A resposta veio carregada do que ele acha humor mas não passa de grosseria: foi fazer teste de gravidez.
Bem: a julgar pela qualidade moral de seu trio de filhos hidrófobos, a única esperança é que o resultado seja negativo.
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