A grave ofensa da secretária de Direitos Humanos de João Doria
Além de carregar no currículo a vexatória previsão, feita em 2012, de que a cracolândia havia acabado, a nova secretária de Direitos Humanos e Cidadania da gestão de João Doria, na prefeitura paulista, Eloisa Arruda, traz a mancha judicial por ter sido condenada pela Justiça do Acre por ofender de forma grosseira e violenta o governador daquele estado, Tião Viana
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Costuma-se dizer que o currículo de uma pessoa é uma das formas mais antigas de se medir as experiências profissionais, a formação acadêmica e os dados pessoais do profissional para exercer determinada função pública ou privada.
Além de carregar no currículo a vexatória previsão, feita em 2012, de que a cracolândia havia acabado, a nova secretária de Direitos Humanos e Cidadania da gestão de João Doria, na prefeitura paulista, Eloisa Arruda, traz a mancha judicial por ter sido condenada pela Justiça do Acre por ofender de forma grosseira e violenta o governador daquele estado, Tião Viana. A ofensa se deu durante o episódio das idas de imigrantes haitianos do Acre para São Paulo, onde Eloisa exercia o cargo de secretária de Direitos Humanos do governo Geraldo Alckmin.
Em decisão tomada em março deste ano, a juíza substituta Kamylla Acioli Lins e Silva, da 4ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, condenou a agora secretária municipal Eloisa Arruda a pagar a indenização de R$ 10 mil ao governador Sebastião Viana (PT) por tê-lo chamado de "coiote" em 2014. Cabia recurso à decisão.
Possivelmente sentindo-se incapacitada e desinteressada em ajudar alguns dos milhares de imigrantes haitianos atingidos pelo devastador terremoto ocorrido em 2010, que lotavam o Acre desde 2011 em busca de emprego e renda, Eloisa Arruda declarou à imprensa que o governador Tião Viana estava agindo como "coiote" ao facilitar a viagem de imigrantes haitianos para São Paulo.
"Coiote" é como são chamados os traficantes de seres humanos que ganham dinheiro com o tráfico e a exploração de imigrantes para levá-los de um país para o outro Essa era a prática comum que os mais de 30 mil haitianos socorridos pelo governo acreano sofriam à época em países como Equador e Peru antes de chegarem ao Acre.
Na época da ofensa, o secretário de Direitos Humanos do Acre, ex-deputado federal Nilson Mourão, rebateu, em nota à imprensa, que o governo acreano se sentiu ofendido e entendeu como gravíssimas as declarações de Eloísa contra o governador eleito pelos acreanos.
Em seguida, o governador Tião Viana entrou na Justiça com processo por danos morais contra a ofensa proferida pela então secretária do governo paulista. Ao Blog do Josias, Tião Viana assinalou que não poderia "aceitar o chilique dessa senhora, essa violência verbal que revela uma pessoa despreparada". Viana foi além e disse que "ela não tem estatura pessoal nem política para ofender gratuitamente um governador de Estado que não cometeu nenhum erro".
O governador acreano também disse, ainda, não compreender o silêncio do colega governador Geraldo Alckmin. "Estou estranhando muito que o governador de São Paulo esteja silente diante de uma agressão tão violenta e tão inaceitável por parte dessa secretária. Minha relação política com ele, que era ótima, a partir de agora será outra. Entendo que ele é conivente com essa agressão", assinalou Viana ao Blog do Josias.
No mais, esperamos que a nova secretária de Direitos Humanos da prefeitura de São Paulo baixe a bola, a intolerância, a prepotência e a estupidez ao tratar novamente de assuntos de tão elevado interesse público, pois tanto os dependentes químicos de São Paulo, jogados e tratados tantos anos nas praças e nas ruas como restos humanos, quanto os miseráveis imigrantes abalados por devastadores terremotos, merecem ser tratados com carinho, paciência, respeito e responsabilidade, direitos inerentes a todos os seres humanos, principalmente quando estão fragilizados.
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