A Globo solta os bichos
depois de Leitão, Lobo, Grillo, Pulga e Waacka, a nova mari(nh)onete do golpe atende por Abritta. no Fantástico de domingo passado, no afã de agradar os patrões, Poliana sorria amigavelmente para o seu interlocutor, como se fosse o serelepe Zeca Camargo entrevistando a Kate Perry
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depois de Leitão, Lobo, Grillo, Pulga e Waacka, a nova mari(nh)onete do golpe atende por Abritta.
no Fantástico de domingo passado - vi ontem pela internet - no afã de agradar os patrões, Poliana sorria amigavelmente para o seu interlocutor, como se fosse o serelepe Zeca Camargo entrevistando a Kate Perry.
o diabo é que ela inquiria nada menos que Henrique Meirelles, o Mandrake que tira da cartola, a conta-gotas, um saco de maldades para arrochar ainda mais a vida do trabalhador.
era como se o mágico estrangulasse o coelho e a plateia aplaudisse.
as evasivas do entrevistado não parecia incomodar Poliana nem um pouco. a cada resposta do ministro interino da fazenda, Abritta abria um sorriso.
parecia que a esguia repórter sequer entendia o que lhe estava sendo respondido.
é até provável, viu.
era como se alguém lhe tivesse entregado um papel cheio de perguntas e dito: seguinte, vai lá, leia isso e sorria, sorria bastante.
Mariana Godoy, ex-colega de Poliana Abritta, disse que é Ali Kamel quem escreve as perguntas, aos jornalistas cabe apenas fazer o vexoso papel de bonecos de ventríloquo.
veja essa resposta vazia de Meirelles que ficou sem tréplica:
Poliana: Mas nesse momento a gente tem ainda uma expectativa de aumento desse desemprego por um período?
Meirelles: Sim, porque é como um carro. Imagine um ônibus que vem numa certa velocidade e, porque estava acelerando, mas de repente, resolve-se frear. Mesmo aplicando um freio, no caso, no desemprego, o ônibus ainda anda um pouco até parar, mas o importante é que as pessoas sentirem que está diminuindo essa velocidade e que vai parar.
é ou não puro lero-lero?
agora veja o prestígio do governo de araque empoleirado no Planalto.
com a presença do presidente interino e seu ministro cheio de dentes, o Fantástico alcançou a fantástica marca de 17 pontos de audiência, uma das piores de sua história.
mas para Poliana foi a glória.
tanto é que ao final da entrevista ela agarrou as duas mãos do entrevistado, inclinou-se para ele e se desmanchou num elogio enlameado de sabujice:
muitíssimo obrigado, adorei. que tudo dê certo, todos nós torcemos para que tudo dê certo.
pelas barbas de bin Laden, diriam, atônitas, as 70 virgens do paraíso de Alá.
ontem mesmo a Poeta estava, dedinho em riste, confrontando e afrontando a presidenta eleita, arrancando-lhe o couro; agora essa moça passa mel nos lábios do gerentão?
a imagem é clara, com o sorriso sem noção de Abritta, inaugurava-se um novo tempo.
é o fim daqueles âncoras cheios de caras e bocas, daquelas expressões carrancudas e reprovadoras toda vez que um governista aparecia.
a ordem agora é sorrir e desejar boa sorte aos usurpadores.
aliás, mais que isso. Poliana ainda soltou essa ao ventilador:
"em tudo dando certo, e todos nós torcemos muito para que dê tudo certo, o senhor é candidato à Presidência em 2018?"
pode contar com a gente, o seu sorriso parecia dizer.
assim os Marinhos tratarão daqui pra frente o governo títere que eles puseram no Planalto.
com afagos e sorrisos.
quanto à audiência...
ah cara, quem liga pra ela. afinal, quem está mesmo interessado em ouvir esses burocratas cheios de lero-lero?
a estratégia é atirar o osso e fazer os cãezinhos voltarem abanando o rabo.
é sorrir, beijar a mão e esperar a verba entrar.
que rufem as panelas.
palavra da salvação.
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