A flagrante diferença entre um líder e um inepto
Um ex-presidente do Brasil, tendo variadas reuniões importantes com líderes europeus, discursando e sendo aclamado deveria ser manchete em qualquer país que tivesse um político tão respeitado internacionalmente
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Dois personagens estão no exterior. E esses mesmos personagens mostram claramente suas diferenças em como são recebidos, como expõe suas ideias e como são sua capacidade de modificar uma realidade ou não. No mesmo momento, me surge a imagem de um antigo desenho animado dos estúdios DePatie-Freleng Enterprises, chamado Roland and Rattfink , que no Brasil se chamava Bom-bom e Mau-mau. Um oposto do outro. Um bondoso, gentil e educado e o outro, invejoso e armando confusão o tempo inteiro. Bom-bom por vezes até ajuda seu oponente a encontrar o caminho da luz, às vezes perdoa suas atitudes, porém Mau-mau sempre está as voltas em prejudicar e fazer vilanias.
Não há como não comparar a viagem de Lula a Europa e de Bolsonaro a Dubai. Apesar de o presidente ter destaque em toda imprensa nacional e Lula, apesar do sucesso, não ter uma linha ou então, uma cobertura pífia, podemos evidenciar muitas coisas. Um ex-presidente do Brasil, tendo variadas reuniões importantes com líderes europeus, discursando e sendo aclamado deveria ser manchete em qualquer país que tivesse um político tão respeitado internacionalmente. Uma figura que é uma das mais citadas entre personalidades brasileiras em todos os tempos. O Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po, onde estudaram Macron, François Hollande, Jacques Chirac, Mitterrand, entre outros presidentes e intelectuais), onde fez palestra, marcam os dez anos do título de Doutor Honoris Causa concedido pela instituição.
Lula foi aplaudido de pé no Parlamento Europeu. Ainda falou em alianças com a direita para unir novamente o Brasil, falou sobre proteção da Amazônia, sobre a preocupação de uma nova guerra fria e sobre a volta do país no mapa da fome. Isso são falas de estadistas verdadeiros. Isso teve grande destaque na imprensa internacional como na Bloomberg que destacou a recepção calorosa de Lula na Europa. Lula teve encontro com o prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz e o provável sucessor de Angela Merkel. Um caminho de ladrilhos dourados por onde percorre Lula na Europa e Bolsonaristas travam, diante de suas invejas, uma forma de fazer protestos fakes ou tripudiar e compartilhar ódio pelas redes sociais.
Enquanto isso, Bolsonaro em Dubai, ataca com seus discursos falsos, carregadas de inverdades, tentando atrair investidores ao país, que estão fugindo a rodo da Bolsa de Valores. Sem falar na comitiva que levou, entre outros seus filhos, amigos, ministros e pasmem, o Desembargador responsável pelo caso de Flávio Bolsonaro. Estourando de vez o cartão corporativo, com suíte a R$ 76 mil a diária, gastando a rodo e depois provavelmente irá colocar como gastos secretos por 100 anos. Não conseguiu firmar grandes interesses para investimentos e não teve nenhum encontro para pensar soluções para a fome, inflação galopante e a crise de saúde no país. Apenas férias com os amigos. E pensar que uma tapioca causou indignação no cartão corporativo, certa vez.
Uma das diferenças que sempre lembro são as mãos. Mãos são emblemáticas. Desconsiderando eventuais unhas sujas de ambos, dedinho levantado ao tomar chá, temos de um lado uma mão conciliadora, que está sempre pronta a apertar outra mão que tenha soluções ou ideias inovadoras, seja de um grande pensador internacional ou no simples gesto de agradecimento de um universitário que pode estudar na Europa. Do outro lado, temos a mão que faz arminha, provoca o ódio, que esperava que fosse implacável contra uma ideologia dos anos 60 e que apenas encontra o novo mundo dizendo: Stop!
Ainda estamos longe de unirmos o país, ou de termos novamente um país forte e adorado no exterior, mas já podemos nos contentar em mostrar que existem diferenças claras entre os dois em todos os sentidos e que não dependêssemos de qualquer superlativo ou ver uma moral facultativa.
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