A farsa desmoronou

Está claro que a farsa do “escândalo” da CPI da Petrobrás e o rapapé dos tucanos tem o objetivo de levantar uma cortina de fumaça para esconder o que o ministro Ricardo Berzoini chamou de “Aécioporto”



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O renomado jornalista Jânio de Freitas, da "Folha", desmontou, com uma só tacada, a farsa montada pela "Veja" e a hipocrisia dos tucanos que, em meio a enorme zoada e encenações de indignação, classificaram de "gravíssima" a denúncia da revista sobre um suposto "escândalo" na CPI da Petrobrás. Segundo a publicação, as perguntas teriam sido previamente dadas a conhecer aos investigados que, por sua vez, teriam sido treinados para respondê-las. O jornalista revelou que o mesmo procedimento agora condenado pelos tucanos foi adotado por eles, em relação à CPI do metrô paulista, seguindo orientação do governo de São Paulo.

A denúncia foi feita pela coluna "Painel", também da "Folha de São Paulo", e Jânio, a propósito, fez o seguinte comentário: "Por incompetência açodada ou descuido preguiçoso, para não falar em omissão hipócrita, os parlamentares do PSDB decidiram explorar eleitoralmente a denúncia sensacionalista de uma banalidade, no entanto, também por eles praticada. Com igualdade até no objetivo eleitoral que atribuem aos governistas: A ordem é reduzir os danos à campanha de Alckmin". E agora? Como é que fica a cara do Aécio Neves, do Aloysio Nunes, do Carlos Sampaio e do Agripino Maia, entre outros indignados?

Está claro que a farsa do "escândalo" da CPI da Petrobrás e o rapapé dos tucanos tem o objetivo de levantar uma cortina de fumaça para esconder o que o ministro Ricardo Berzoini chamou de "Aécioporto", cujos danos à campanha do seu candidato ao Palácio do Planalto parecem inevitáveis a médio prazo. Consciente disso, o candidato do PSDB à Presidência da República tenta atenuar a repercussão do caso dizendo que "essa questão não merece nem consideração de tão ridícula que é". Essa, porém, não é a visão da "Folha", por exemplo, que, em editorial, disse: "Ainda que todo o processo tenha sido feito de maneira legal, como sustenta Aécio Neves, restará uma pista de pouso conveniente para o tucano e seus parentes, mas de questionável eficiência administrativa. Não é pouca contradição para um candidato que diz apostar na união da ética com a qualidade na gestão pública".

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Os petistas, como seria natural, ingressaram na Justiça contra o candidato tucano que, sem argumentos de defesa convincentes, acusou o partido de judicializar a campanha eleitoral em curso. "Essa campanha tem sido judicializada – disse Aécio – em razão da dificuldade que o PT tem e sempre teve de separar o público do privado". E acrescentou: "Não queremos disputar nos tribunais, queremos nas ruas". As palavras do senador, como sempre, contradizem as suas ações, pois foi precisamente ele, através do seu escudeiro-mor Carlos Sampaio, quem começou essa judicialização, batendo às portas da Justiça por qualquer coisa: se a Presidenta tira uma foto com sua equipe no Palácio da Alvorada move ação, se faz uma escala técnica em Portugal, move outra ação, etc, etc.

No seu esforço para minimizar e até para levar ao esquecimento a construção de um aeroporto em terras de parentes com dinheiro público, o senador Aécio Neves chegou ao desespero de encomendar pareceres favoráveis - e caros – a dois ex-ministros do Supremo Tribunal Federal – Ayres Brito e Carlos Velloso. Segundo a coluna "Painel", o parecer assinado pelo ex-ministro Ayres Brito, de uma folha só, custou R$ 56 mil. E muita gente se pergunta: se tudo foi feito legalmente, por que o candidato tucano teve de pagar tão caro para conseguir pareceres favoráveis de juristas de renome, mesmo não estando a questão ainda na órbita do Judiciário? O fato é que, apesar do seu esforço e da cúpula tucana, ele não conseguiu até agora abafar o caso.

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A julgar, porém, pelas pesquisas do Ibope divulgadas nesta quinta-feira pela Globo, o "aeroporto" de Claudio até agora não lhe causou prejuízos, pois o quadro eleitoral permanece inalterado, com uma pequena diferença: a presidenta Dilma ainda vence no primeiro turno e, também, num eventual segundo turno, antes apresentado como empate técnico. De qualquer modo, a campanha está apenas começando e o panorama provavelmente sofrerá alterações mais significativas após o inicio do programa eleitoral gratuito na televisão, quando a população terá oportunidade de receber mais informações sobre as propostas e os escorregões dos candidatos, sem a intermediação da Grande Mídia.

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