A escolha é representar o povo ou fazer papel de capacho

"Caso aceitem votar o projeto de reforma da Previdência sem conhecer os números e fundamentos do projeto, que o governo insiste em manter em sigilo, os deputados da Comissão de Constituição e Justiça darão sequencia a mais grave regressão social de nossa história, sem ao menos saber por que estão fazendo isso", escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia; "Além de absurda, a votação de uma reforma secreta é típica de um Congresso fantoche, incapaz de prestar contas a quem o elegeu"

A escolha é representar o povo ou fazer papel de capacho
A escolha é representar o povo ou fazer papel de capacho (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)


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Por Paulo Moreira Leite, para o Jornalistas pela Democracia

Os integrantes da Comissão de Constituição e Justiça estão diante de um um teste de caráter. 

Caso a bancada do Planalto insista em votar o relatório do deputado Marcelo Freitas sem conhecer  os fundamentos econômicos e sociais da Reforma da Previdência, que a equipe Bolsonaro-Guedes insiste em manter em sigilo, os parlamentares estarão diante de um desafio intransponível.

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Ou se recusam a votar a reforma, num gesto de dignidade e auto-respeito indispensável num parlamento que perde credibilidade dia após dia.

Ou aceitam fazer o papel de capachos de Bolsonaro-Guedes e dão sequência institucional  a uma proposta  que pode produzir a maior regressão social de nossa história recente, sem sequer saber por que estão fazendo isso.

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Na votação marcada para amanhã, a escolha é clara. A Comissão deve dizer se a reforma é compatível -- ou não -- com a Constituição.  Um debate essencial do ponto de vista da democracia, 

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O esforço do governo também é claro. Quer o "sim" sem permitir que os parlamentares possam saber o impacto real do conjunto das propostas -- e o peso de cada um dos artigos e emendas. É acintoso.  Um projeto classificado como compatível com a Carta de 1988 pode seguir seu curso, com novos debates, até sua aprovação definitiva. Um projeto considerado incompatível morre ali mesmo. Esse é o jogo.  

Se fossem cidadãos comuns, os deputados que integram a CCJ já teriam direito a conhecer os fundamentos da reforma, num país onde a Lei de Transparência garante o acesso a documentos públicos aos 210 milhões de brasileiros.

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Como representantes eleitos do povo, os parlamentares desfrutam de uma posição superior.  Integram um dos poderes que estão nos fundamentos da República. Não podem ser obrigados a tomar uma decisão dessa relevância sem ter direito a conhecer suas motivações e consequências, numa situação típica de um Congresso fantoche, a quem se nega a essência de sua atividade, que é realizar um debate de ideias com responsabilidade e conhecimento de causa.

Nem é preciso especular a razão que leva o governo a apresentar uma reforma secreta, escondendo os cálculos que alimentaram uma proposta que pretende arrancar R$ 1 trilhão dos direitos e garantias dos aposentados.  

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