A empresa mais mesquinha do mundo
"Quando eu vi no jornal de hoje em anúncio de página inteira que a Vale estava oferecendo R$100 mil a cada família com vítima de Brumadinho e se gabando disso, porque senão não compraria esse espaço, fiquei indignado: mas que empresa mesquinha! Então é isso que valem as vidas para a Vale?", questiona Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia; "A segunda maior empresa brasileira, a maior exportadora de minério de ferro do mundo, que atua em cinco continentes, com 70 mil empregados tem só a isso a oferecer às famílias das pessoas que ela matou?"; "Este ano, é séria candidata a "a mais mesquinha empresa do mundo"
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Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia
Quando eu vi no jornal de hoje em anúncio de página inteira que a Vale estava oferecendo R$100 mil a cada família com vítima de Brumadinho e se gabando disso, porque senão não compraria esse espaço, fiquei indignado: mas que empresa mesquinha! Então é isso que valem as vidas para a Vale?
A maioria das vítimas trabalhava na companhia. A segunda maior empresa brasileira, a maior exportadora de minério de ferro do mundo, que atua em cinco continentes, com 70 mil empregados tem só a isso a oferecer às famílias das pessoas que ela matou?
Pode-se discutir se o crime foi doloso ou culposo, não se sabe os motivos, mas foi crime. A Vale matou – até agora, oficialmente – 65 pessoas. E oferece R$100 mil a cada família?!
Isso apenas confirma a fama que ela tem, parcialmente abrandada pela milionária campanha publicitária da empresa nos meios de comunicação na qual vende o discurso de que sua principal preocupação é com as pessoas. Não é.
Se fosse, a Vale não teria construído um refeitório para os funcionários logo abaixo da barragem de dejetos que rompeu na sexta-feira exatamente na hora do almoço. Nem estaria oferecendo R$ 100 mil por vítima. Teria de começar por R$1 milhão. E nada de se gabar nos jornais. Coisa mais feia.
Em 2012 a Vale ganhou o troféu de a pior empresa do mundo em direitos humanos e meio ambiente no "Public Eye People's", evento organizado pelas ONGs Greenpeace e Declaração de Berna, também conhecido como o "Oscar da Vergonha".
Este ano, é séria candidata a "a mais mesquinha empresa do mundo".
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