A eleição do fim do mundo

"Essa é uma eleição do fim do mundo porque só podemos ver o que acontece na superfície, enquanto o jogo sujo corre solto nos subterrâneos da política. É missão muito difícil, quase impossível, ganhar de quem joga sujo nos esgotos jogando limpo a céu aberto", diz o colunista Alex Solnik

A eleição do fim do mundo
A eleição do fim do mundo (Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)


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Essa eleição está definitivamente contaminada pela campanha de ódio patrocinada por Bolsonaro contra Haddad. A presença de Steve Bannon na sua campanha é o sinal mais inequívoco de que a sua estratégia se baseou no mesmo jogo sujo que norteou campanha de Trump em 2016. É o mesmo esquema, engendrado pela Cambridge Analytcs de influenciar eleitores indecisos espalhando calúnias acerca do seu adversário.

Não há explicação racional para Bolsonaro ter subido nas pesquisas, nesses últimos dias de campanha, no Nordeste e entre as mulheres. O Nordeste ama o Lula. Haddad é boa pinta, deveria ser o preferido do eleitorado feminino.

Como Bolsonaro consegue crescer nesses segmentos que deveriam repudiá-lo?

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A explicação pode ser encontrada nas últimas eleições americanas. A Cambridge Analytics, com Bannon à frente, comandou a campanha de Trump, que foi a primeira tentativa de se eleger um presidente americano de extrema-direita.

A sua vitória se deveu a três estados que tradicionalmente votavam nos candidatos do Partido Democrata e que tinham muito peso na composição do colégio eleitoral. Como isso foi possível? Bannon centrou fogo nos eleitores indecisos desses estados, detectados por hackers e passou a enviar para eles calúnias a respeito de Hillary nas horas certas, também detectadas por hackers, em que essas pessoas estivessem mais vulneráveis.

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Deu certo. Trump ganhou por poucos votos nesses estados democratas, que foi a grande surpresa da campanha, mas com os muitos votos que os mesmos estados tinham no colégio eleitoral foi eleito presidente.

Tal como Bannon empreendeu uma lavagem cerebral nos eleitores indecisos de Hillary, não é difícil imaginar que a campanha de Bolsonaro bombardeou nordestinos indecisos e eleitoras indecisas com difamações acerca de Haddad.

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Essa é uma eleição do fim do mundo porque só podemos ver o que acontece na superfície, enquanto o jogo sujo corre solto nos subterrâneos da política.

É missão muito difícil, quase impossível, ganhar de quem joga sujo nos esgotos jogando limpo a céu aberto.

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