A economia política das relações internacionais
A questão que se coloca é se essa nova economia em rede pode ser apropriada pelo proletariado e pelos Estados em razão dos interesses nacionais e populares
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O conceito de economia política internacional nasceu, praticamente, com o início do capitalismo. Mais precisamente com a fase da chamada "acumulação primitiva ". Disse Marx que o capitalismo escrevia pelas linhas tortas de sua expansão colonial e imperial a primeira história mundial digna desse nome.
A internacionalização das trocas de bens, dinheiro e serviços conheceu várias etapas. A primeira é identificada com o mercantilismo e a expansão colonial européia. Corresponde à transição e a acumulação primitiva, onde as colônias cumpriram um papel de fontes originárias da riqueza que permitiu a revolução industrial inglesa e reduziu o lugar das antigas metrópoles coloniais a meros intermediários da riqueza colonial.
A segunda etapa é a do capitalismo liberal e concorrencial. Caracterizava-se pela exportação de bens e serviços para países semi-coloniais em troca de matérias primas e outros insumos, alimentos, etc.
A terceira fase é a do imperialismo e a exportação de bens de capital e dinheiro na forma de empréstimos públicos, também conhecido como capitalismo monopolista. A Fase da industrialização de países periféricos, com a internacionalização do D 1, também conhecida como "industrializacao restringida" ( *Conceição Tavares). No Brasil, é chamada pelo nome de substituição das importações .
A quarta fase é aquela conhecida como globalização financeira dos mercados, com a deslocalização da produção e a financeirização da riqueza e a desvalorização do trabalho humano. É a fase do teletrabalho , da precarização e o fim das políticas keynesianas de compra. Do fordismo e da produção de bens em massa.
A questão que se coloca é se essa nova economia em rede ou gigaeconomia pode ser apropriada pelo proletariado e pelos Estados em razão dos interesses nacionais e populares. Uma globalização não neoliberal, mas voltada para um novo contrato social planetário, com a mudança das agências mundiais e a utilização da riqueza de base da humanidade. (*Ricardo Petrella)
Notas
Essas anotações se destinam aos alunos da disciplina: Seminário de tese da pós-graduação em direito, da UFPE.
O termo "acumulação primitiva" é de Marx, no Capital, "teoria da colonização moderna", equivale a exploração colonial e a transição para o capitalismo.
O termo "mercantilismo" equivale ao chamado capital comercial e a acumulação de capital na esfera da circulação pelo monopólio da distribuição.
O termo "substituição das importações" é de autoria de Maria da Conceição Tavares, no livro homônimo. Corresponde ao caso brasileiro.
O termo "industrialização restrigida" está na tese de livre-docência de Conceição Tavares e corresponde à internacionalização do Departamento de bens de produção .
O termo financeirização da riqueza, é do economista francês Francois Cheseaux ,que escreveu o livro homônimo.
O termo "contrato social planetário" é do jurista belga Ricardo Petrella.
Os termos "globalização hegemónica" e "globalização não hegemônica , são de Boaventura Santos. Um refere-se ao capitalismo neo-liberal; o outro, ao Fórum Social Mundial e sua rede de movimentos sociais.
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