A economia do futuro é verde e sustentável
O Brasil é uma das maiores potências de recursos naturais do mundo, com alta capacitação tecnológica para o desenvolvimento da economia verde
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As mudanças climáticas passaram a fazer parte das grandes preocupações de governos em todo o mundo. As intempéries ameaçam a humanidade em várias regiões do planeta e nos fóruns internacionais se intensificam o debate e as demandas por providências governamentais. A começar por mudanças na produção e no consumo, por investimentos na transição energética e no desenvolvimento sustentável.
Um estudo elaborado pelo Instituto de Sistemas Globais, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e da Universidade de Nanquim, na China, publicado na revista Nature Sustaintability, calcula que até o fim do século mais de um quinto da humanidade estará exposta a temperatura média de 29ºC.
Segundo o estudo, com essa elevação de temperatura, 2 bilhões de pessoas, (22%) da população mundial em 2070 (9,5 bilhões), sofrerão impacto direto das intempéries e enfrentarão grandes desafios para sobreviver. Nesse mesmo estudo, pesquisadores afirmam que o Brasil terá a maior área terrestre exposta ao calor perigoso, de um aquecimento de 2,7ºC. Toda a região Norte, Mato Grosso, parte de Goiás, além de Maranhão, Piauí e Ceará serão afetados.
Mudanças profundas começam a acontecer num ritmo surpreendente. A Agência Internacional de Energia (IEA) mapeou os investimentos em energia limpa no mundo e concluiu que, em 2023, pela primeira vez, os investimentos em energia limpa vão superar os desembolsos em combustíveis fósseis.
No último relatório do World Energy Investment, com sede em Paris, consta que desde 2021 o investimento anual em energia renovável aumentou em quase um quarto em comparação com uma alta de 15% nos combustíveis fósseis. De 2019 até o final de 2022, investidores de ações do mercado privado triplicaram os ativos globais direcionados à sustentabilidade ambiental e social, passando de US$ 90 bilhões para mais de US$ 270 bilhões. Para cada dólar investido em combustíveis fósseis, aproximadamente US$ 1,7 dólar está indo para energia limpa. Cinco anos atrás, essa proporção era de um para um.
A China concentra 80% da produção mundial de painéis solares. Em cada sete painéis, um vem de uma única fábrica chinesa. O relatório destaca a alta dependência do Brasil, que importa, da China, mais de 90% dos seus equipamentos de painéis solares. A IEA cita que as importações dos painéis solares foram responsáveis pela redução de 12% no superávit comercial do Brasil.
Em recente viagem oficial à China, o presidente Lula assinou 15 acordos bilaterais de parceria de empresas para a produção de energia solar e eólica, mobilidade elétrica e hidrogênio. O Ministério de Minas e Energia e a chinesa SPIC assinaram acordo para construção e operação de usinas de energia solar, complementadas por mine-turbinas eólicas, baterias e purificadores de água, em áreas remotas da floresta amazônica, a fim de atender comunidades isoladas.
A agenda da sustentabilidade e transição energética foi destaque na parceria. O BNDES e o China Development Bank (CDB), instituição de fomento do país asiático, assinaram protocolos para captação de até US$ 1,3 bilhão para investimentos no Brasil.
Em recente evento conjunto com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) das Nações Unidas e a Fundação Friedrich Ebert Stiftung (FES), o BNDES realizou um grande seminário com o tema “Financiamento para o Grande Impulso para a Sustentabilidade”, a fim de debater a agenda da economia verde no Brasil.
Durante visita à China junto à comitiva do presidente Lula, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, assinou três acordos com empresas chinesas: Grupo Mingyang Smart Energy para investimento e implantação do Centro de Tecnologia e Reparo de Aerogeradores no Estado do Ceará; projetos para produção de energia eólica onshore e offshore, solar, hidrogênio azul e verde, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
A produção de energia eólica tem aumentado, extraordinariamente, sua participação na matriz energética brasileira, chegando a 17% da produção nacional. Nesse crescimento, o Ceará se destaca com capacidade instalada de 2.273 MW e 92 parques eólicos. Segundo a ANEEL, a expansão da matriz de geração de energia eólica, no Brasil, deve chegar a 10,3 gigawatts (GW) de capacidade instalada, o maior nível de expansão registrado pela Agência, desde sua fundação, em 1997.
O Ceará tem se destacado também na produção de energia a partir do hidrogênio. A primeira molécula de hidrogênio produzida no Brasil foi desenvolvida na nova unidade de geração localizada em São Gonçalo do Amarante, no Ceará.
O mundo se volta para a produção de energia limpa e renovável. Vários países anunciaram planos de produção nacional de hidrogênio. A União Europeia se comprometeu, em 2020, investir US$ 430 bilhões em hidrogênio verde até 2030. Dia 10 de maio próximo passado, os governos do Ceará e dos Países Baixos lançaram o Corredor de Hidrogênio verde. A Holanda, juntamente com a Alemanha se comprometeram, com recursos dos governos deles, estimular a demanda por hidrogênio verde nos seus respectivos países e favorecer a importação. O porto de Pecém é tido como um dos que tem maior potencial para atrair empreendimentos para geração do novo combustível e o porto de Roterdã a principal porta de entrada para toda a Europa. O terminal do Ceará recebeu investimentos de 7,5 bilhões de euros do porto holandês de Roterdã.
Em abril, a Câmara Setorial de Energias Renováveis da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece) aprovou sugestão de projeto de lei para criação de uma política estadual do hidrogênio verde (H2V) e de seus derivados. O governo do Ceará já assinou, com investidores, 24 memorandos de entendimento relacionados à produção de hidrogênio. Três deles tiveram pré-contratos selados e já dispõem de área reservada na Zona de Processamento de Exportação do Ceará para instalar as fábricas. São eles: Fortescue, Casa dos Ventos e AES.
Os investimentos globais e nacionais estão no início de uma escala de produção proporcional à urgência e ao volume da demanda do desenvolvimento de tecnologias de descarbonização das matrizes energéticas, levando em consideração as características regionais.
O Brasil é uma das maiores potências de recursos naturais do mundo, com alta capacitação tecnológica para o desenvolvimento da economia verde. O governo Lula tem, entre suas prioridades, a transição do modelo econômico com um leque de oportunidades promissoras de investimentos na imensa cadeia produtiva brasileira e na promoção do desenvolvimento econômico sustentável.
Para essa mudança paradigmática, o presidente Lula conta com a assessoria da ministra Marina Silva, uma das mais respeitadas e comprometidas autoridades brasileiras com a sustentabilidade. A economia do futuro é verde e sustentável.
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