A direita brasileira e a tentativa de um golpe sangrento que não deu certo
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Antes de mais nada, é necessário dar aos golpistas o nome que eles têm. São militantes de DIREITA. Extrema é uma consequência deste fato ideológico, mas todos eles são de direita. A direita brasileira tem que ser fortemente marcada por essa atitude, basta ver o tamanho do apoio entre parlamentares federais, estaduais e municipais ao ato. Todos e todas eles estariam dentro do processo golpista, caso tivessem tido sucesso.
Muitas análises ainda serão feitas para pensar e quem sabe, compreender o dia da Infâmia, o nefasto 08 de Janeiro de 2023. De todas que li, ainda não vi uma que falasse sobre um outro modelo para justificar a esperada Garantia da Lei e da Ordem (GLO), por parte das forças armadas e reacionárias do país. Sem tragédias humanas, não haveria empuxo necessário para a aventura golpista ter andamento.
O caos esperado não chegou onde essa gente queria. A expectativa deles era a de um banho de sangue para que houvesse comoção e justificativa para empurrar uma intervenção militar, deveria haver corpos estendidos no chão. Eles esperavam confrontos armados com letalidade.
Um golpe de estado não é tarefa fácil em nenhum lugar do mundo. Num país do tamanho e importância política e econômica como o Brasil, só tem condição de acontecer se as forças armadas unificarem esse desejo de forma uníssona, mas, diferentemente de quase 60 anos atrás, isso também é muito mais difícil. O mundo é mais complexo, as informações são mais rápidas e as reações mais eficazes.
Contudo, havia uma condição para que estas dificuldades pudessem ser superadas: A morte de dezenas ou centenas de manifestantes. A violência vista nos atos criminosos daquele bando de lunáticos golpistas dentro das sedes dos Poderes Executivos, Legislativos e Judiciário, poderiam ter levado a isso.
Uma das apostas dos golpistas era que houvesse confronto armado. Os CAC (caçadores, atiradores e colecionadores) de armas, foram convocados a irem a este ato e o intuito não era para proteger os acampados na frente do QG do exército, a ideia mestra era dar as condições para que houvesse derramamento de sangue caso houvesse resistência por parte de movimentos sociais, sindicatos, policiais/soldados legalistas e defensores da constituição. Isso tudo, dentro da cabeça deturpada dessa gente amalucada, porém, muito consciente do que estavam fazendo.
Claro como o sol num dia quente de verão era a intenção de iniciar um golpe de estado contra a democracia brasileira. E essa intenção golpista da direita brasileira, só não foi levada à cabo porque o plano começou a sair do controle, a intenção era uma ocupação sem a selvageria que se viu, mas a estupidez e a burrice da direita não encontram limites, e começaram a filmar e se vangloriar da própria canalhice e fazer provas contra eles próprios. Alguns, mais perspicazes, começaram a quebrar os circuitos internos dos prédios, então, como era absolutamente impossível para a imprensa mostrar aquela ação, passamos a assistir a selvageria diretamente das redes sociais dos próprios golpistas.
Ali começou a dar errado o que provavelmente estava na cabeça dos pensadores à la Steve Bannon e Olavo de Carvalho (que aliás, para não deixar de lembrar, até agora não se manifestou sobre os atos que ele tanto queria ver acontecer). A ideia dessa gente era que, após uma invasão minimamente caótica, haveria a manutenção e permanência da invasão dos prédios e isso chamaria mais golpistas para o ato. Além de animar a direita a ir para as ruas nos estados.
Em algum momento, haveria um contra-ataque, o exército seria chamado através da famigerada GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e seria nessa hora que as mortes deveriam acontecer. Na cabeça torpe de seus idealizadores, a reação sairia do controle a mando do governo do PT. Eles queriam e precisavam de mártires. Precisavam de gente ensanguentada para aparecer nos telejornais e redes sociais, precisavam de corpos mortos, muitos corpos espalhados pelos salões dos três poderes e quiçá pelos gramados da esplanada dos ministérios, a mando de Lula e do governo de esquerda do PT.
Isso era tudo o que a direita escrota desejava para justificar sua narrativa contra o que eles chamam de comunismo. Seria a senha para que houvesse protestos violentos espalhados pelo Brasil e de novo aqui os CAC-s sairiam às ruas num verdadeiro comando de caça aos comunistas (que segundo essa proposta seriam os responsáveis pelas mortes dos patriotas) e teríamos a necessidade da ampliação da restrição de direitos.
A partir daí, estava dada as condições para a deposição e prisão de Lula, Alckmin, ministros do Supremo Tribunal Federal e Ministros do governo, a desordem desceria às avenidas e rincões do país e todo militante de esquerda seria alvo da proposta de golpe pela direita.
Não deu certo porque Lula e Dino foram perspicazes e não toparam engolir a ideia sutil das forças armadas e, ao invés de uma GLO, fizeram uma intervenção pontual. A situação saiu do controle dos “capos” golpista com as imagens de destruição do patrimônio público, o que os “conservadores” dizem ser contra, porque o verdadeiro chefe golpista e seu subordinado imediato estavam na Flórida, curtindo umas férias adoidados e porque ficou muito explícita conivência porca da polícia militar do Distrito Federal.
Juntando tudo isso, não houve condições para que os aloprados continuassem a comandar a balbúrdia da direita brasileira antes que ficasse mais explícita ainda a malfadada atividade golpista e começasse a serem mostrados os mandantes e executores, que vão dos policiais ao governador do Distrito Federal, que certamente, a delação de Anderson Torres irá esclarecer seu papel nesta aventura.
A ação de Lula foi eficaz e típica de um estadista de grande envergadura, a coragem de Flávio Dino foi eficiente e se mostrou à altura de um grande ministro que certamente irá para a história como sendo o maior dos responsáveis pela contenção do golpe e, por fim, a postura do governo do PT foi efetiva a ponto de que 6 horas depois de iniciada a proposta de golpe, ela já estava contida.
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