A diferença entre vaiar e xingar
Em qualquer país do mundo, em qualquer idioma, a marca do palavrão é uma única vogal, UUUUu..., e o gesto típico de pronunciá-la é com as mãos no canto da boca, megafonicamente
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Tem coisas que a gente sente até vergonha de comentar, mas alguém tem que fazer isso.
Aécio Neves é um candidato que não consegue andar com as próprias pernas, nem quando está sóbrio.
Preocupados com isso, os bilionários donos dos meios de comunicação resolveram construir pra ele um exoesqueleto.
É uma armadura retórica na qual ele se sustenta. As peças dessa engenhoca são a desinformação, o viralatismo, o ódio de classe, o coxismo e a fracassomania.
Robotizado, Aécio anda por aí em companhia de um séquito de robores - irmãos.
O comando de seus movimentos não vem de seu cérebro, o controle é remoto. Está nas mãos dos magnatas nas redações de jornais e tvs.
Não vai ter copa, petralha, só no Brasil mesmo, vai pra Cuba... repetem os autômatos.
A revistaveja havia feito uma capa com a desinformação de que o Maracanã só ficaria pronto em 2038 (!), e as arenas de Natal e Curitiba, nunca.
As arenas estão aí e a revistaveja mudou de assunto. Os robôs, também.
Na festa de abertura da Copa das Copas, a copa que não teria, como papagaiavam os autômatos, uns marmanjos endinheirados xingaram a presidenta.
O xingamento não tava no script, não fica bem xingar uma mulher. Em público, então...
É muita grosseria.
Ato contínuo, a revistaveja, a Globo, a Folha... o painel de controle do aecismo, mandou o comando: esqueçam a palavra xingamento, de agora em diante palavrão se chama vaia.
E todos repetiram automotamente: palavrão é vaia, palavrão é vaia, palavrão é vaia.
Só que não. Em qualquer país do mundo, em qualquer idioma, a marca do palavrão é uma única vogal, UUUUu..., e o gesto típico de pronunciá-la é com as mãos no canto da boca, megafonicamente.
A revistaveja e a Globo não deram atenção à invenção genial e revolucionária do cientista brasileiro Nicolelis.
O exoesqueleto que Nicolelis tentou apresentar ao mundo durante a copa, era uma coisa do bem, o cara é cogitado pra um Nobel. Imagina, o Brasil com um Nobel, assim não pode, assim não dá.
Essa é uma invenção que deu certo, que mostra um Brasil de vanguarda, moderno e criativo.
E isso vai contra a imagem do país dos petralhas, do atraso, aquele país que os coxinhas sentem orgulho de sentir vergonha.
Se ficasse mais tempo à beira do campo, a invenção de Nicolelis corria o risco de receber uma vaia. Ou um xingamento. "Ei, Nicolelis, vai tomar no..."
O coxismo prefere mil vezes o exoesqueleto de Aécio.
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