A democracia fica!
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Esgueirando-se pelas beiradas do abismo que o engoliu, o Brasil tenta respirar um pouco de ar puro. Embora os ventos pareçam favoráveis não se pode desconsiderar que há um inimigo interno a ser combatido. Os fascistas não dormem, ao contrário, marcham em nome dos seus deuses da morte e da carnificina. Matanças rendem votos e se dão à luz do dia. Secretos, apenas os orçamentos milionários. Comprar votos pode. Tudo pode. E assim, o sangue escorre pelas vielas daquilo que já se pensou um dia ser um país do futuro. Pelas salas acarpetadas das mansões, palácios e casas de vidro, caminham hienas, chacais e ratos. É lá que, na calada da noite, são tramadas as piores coisas contra um povo indefeso, faminto e refém da própria estupidez.
Corre à boca miúda, que há um plano sendo urdido para tornar senador vitalício o homem responsável pela morte de mais 700 mil pessoas. Trata-se da mesma estratégia usada para blindar o famigerado general Pinochet, e que o livrou de responder pelos crimes que cometeu durante a ditadura chilena. Mas, vem cá, se o sujeito se diz honesto, íntegro, idôneo e cristão; por que razão precisaria ser blindado? Que medo enorme é esse de ser preso se “a verdade liberta”?
Sabe-se também que há um grupo de empresários defendendo um golpe de Estado, caso o candidato Lula seja eleito Presidente da República. Tal informação, amplamente divulgada pela mídia brasileira, não constitui nenhuma surpresa, tendo em vista que esses senhores (estão todos quites com a Receita Federal?), defensores do Estado mínimo (para os outros, claro), são a representação da desgraça causada pelos mais de trezentos anos da escravização que ainda dilacera esse país. Preocupados não estão, como nunca estiveram. Não dão a mínima para o povo brasileiro. Tramam contra o próprio país, pois sabem que os braços curtos da justiça nunca os alcançam. A eles, como “patriotas” que são, não importa o regime político, contanto que suas contas nos paraísos fiscais continuem sendo irrigadas, e das suas finas taças de cristal transborde o mais caro champanhe. Em relação a esses senhores, as Instituições agirão com pulso firme ou continuarão dormindo em berço esplêndido?
Os donos do poder e seus paus-mandados da política, igreja, judiciário e caserna não esperavam, no entanto, que a sociedade brasileira batesse o pé e tomasse as ruas em defesa do Estado Democrático de Direito, o que ficou claro quando mais de um milhão de pessoas assinaram a carta em defesa da democracia e do processo eleitoral brasileiro, acompanhando, inclusive, sua leitura em inúmeras cidades no Brasil e no exterior. Em complementação a isso, some-se o duro discurso do ministro Alexandre de Moraes, quando da sua posse no TSE. Ou seja, há um movimento da sociedade posicionando-se contra qualquer tentativa de ruptura democrática.
Em outras palavras, a sociedade brasileira está dizendo que não aceita nenhuma outra forma de governo que não a democracia. Uma democracia forte sem qualquer forma de tutela por forças militares, que têm arvorado para si poderes que a Constituição Federal não reconhece. Mianmar não é aqui! O povo brasileiro é livre e sua decisão é soberana. Logo, qualquer tentativa de conturbar o processo eleitoral em curso, com vistas a impedir que a população brasileira eleja o candidato que bem desejar deverá ser vista como um frontal ataque à Constituição Federal e, consequentemente, ao Estado Democrático de Direito. Os golpistas que se mudem, pois a democracia fica. Ponto.
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