A dança das cadeiras
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Na divertida brincadeira da dança das cadeiras, sempre sobra um. Na composição do governo sobram várias cadeiras e sempre falta um.
Muitos cargos em vários escalões permanecem com figuras ligadas ao bolsonarismo. Preenchimento de cadeiras, por indicações do PT, sem transparência e critério de competência técnica, vem ocasionando frisson nas tendências internas do partido.
Quando a indicação é dos partidos de direita aliados (?), sem filtro de RH, é uma questão de tempo a mídia progressista informar mais um ovo da serpente.
E depois o governo, para não reconhecer o erro, vai mantendo o quadro sob olhares mais atentos, contudo, não resolve, ninguém muda política e ideologicamente por força de constrangimento e vigilância.
Traído por ninguém menos que o autor da Carta aos Brasileiros (leia-se ao mercado), o todo poderoso Ministro da Fazenda de Lula e Ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma, fundador do PT, com currículo de vários cargos públicos, Antônio Palocci, parece que a lição não está aprendida ou seria a Síndrome de Estocolmo?
Sitiado pelo PIG e à espreita dos conspiradores das Forças Armadas, prestes a completar cinco meses, o governo continua a claudicar nas escolhas de quadros para seu governo e também quanto a criação de uma rede democrática de comunicação, inobstante os meios à deposição.
A mídia pública de rádio e TV tem alcance nacional, e mesmo sem muito apoio e capacidade criativa têm uma audiência considerável.
Se um só programa diário de tv e rádio, antes ou depois dos principais ‘tele-rádiojornais’ das grandes emissoras, existisse, seria capaz de contraditar desinformações, publicizar as realizações do governo, realizar entrevistas, passar filmes verdades históricas, especialmente sobre as ditaduras Vargas e militar, sobre a escravatura e as lutas populares.
A tv Brasil, a hora do Brasil, a rádio MEC, para não citar outras, têm audiência, alcance e potencial para informar e formar os brasileiros e acabar com o analfabetismo funcional e político.
Com muito menos, somente com a rádio Mayrink Veiga, Brizola montou a rede da legalidade, evitou o golpe de 1961, garantindo a posse de João Goulart na presidência da República.
Trazer à memória os períodos traumáticos do Brasil, estabelecer a verdade e contribuir com a Justiça de Transição, está ao alcance do governo, resta saber se está nas mãos certas.
Um povo bem informado e conhecedor de sua história, é um povo com identidade e consciência de seu papel na história da construção da democracia.
O governo tem acertado, porém, continua lento, sobrando cadeiras, faltando ocupação com bons quadros, e faltando sempre um em áreas estratégicas como a da comunicação, a da economia e a do direito.
Citarei apenas três excelentes profissionais, técnica e politicamente, com experiência já testada, na fase madura da vida, recrutável pelo Estado, no timing escolhido pelo governo, mas não esquecível.
Trata-se de Luís Nassif, Paulo Nogueira Batista Jr, Eugênio Aragão.
Não será por falta de alertas e sugestões que os erros se repetirão.
Contudo, se cada escolha virar uma fritura como está sendo com o Zanin, o método necessita ser revisto.
É mister lembrar o óbvio: a responsabilidade e o ônus serão inteiramente do presidente.
O Joaquim Barbosa, escolhido por ser preto e sugerido pelo Frei Betto, foi a toga punitivista, algoz dos petistas, no processo 470 (“mensalão”), e não importa para a história quem o sugeriu, ficará como uma das piores escolhas do Lula.
E os condenados, com base na esdrúxula teoria do domínio do fato, sustentada pelo JB, pagaram um preço para além do razoável pela dosimetria carrasca, proposta por ele, contraditada perlo revisor, Ricardo Lewandowski, sentenciada pelo STF.
No decorrer do tempo, interpostos recursos, houve reformas e alguns réus foram absolvidos de determinadas imputações, como a de formação de quadrilha. Podendo inclusive entrar com ação de danos morais e materiais.
E o JB vai arcar com as indenizações? Certamente que não. Porém, os condenados não são mais os mesmos de antes do mensalão, na vida não tem marcha a ré.
As escolhas com critério identitarista conseguiram compor o pior STF da história republicana.
Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite. (Ministra Rosa Weber).
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