A crise, Renan e o vazio político no Nordeste
As dificuldades econômicas atuais, somadas as tensões políticas no Congresso Nacional, poderiam significar oportunidade de surgimento de alguma nova liderança. Mas não é o que vem ocorrendo
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As dificuldades econômicas atuais, somadas as tensões políticas no Congresso Nacional, poderiam significar oportunidade de surgimento de alguma nova liderança, especialmente após as eleições do ano passado. Mas não é o que vem ocorrendo.
O término dos mandatos dos ex-governadores Jaques Wagner, da Bahia, Cid Gomes, do Ceará, e a trágica morte do ex-presidenciável e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, deixaram um vácuo imenso de lideranças no exercício do mandato no Nordeste.
A crise política deixou os atuais governadores silenciosos. Antes de assumirem os mandatos fizeram algumas reuniões para construir pautas de interesse comum. Uma delas seria recriar a CPMF com os recursos sendo exclusivos para a saúde, uma linha de crédito para o primeiro semestre de 2015, chamada de Proinveste Nordeste, para investimentos em infraestrutura, entre outras demandas.
Uma das vozes mais ativas na defesa dessa pauta foi a do governador Renan Filho (PMDB-AL). Mas também se aquietou. Ele sabe que tudo o que disser sobre o quadro político ou defender, caso da CPMF, pode ser interpretado como se estivesse falando em nome do seu pai, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros.
Assim, o momento é de recuo político para alguns. Para outros, é de conversa no bastidor, como deve ter ocorrido entre Renan Filho e o governador pernambucano Paulo Câmara (PSB), ontem (18). Ou alguém continua acreditando que ele veio a Alagoas apenas para ver como administramos presídios, quando poderia encaminhar apenas técnicos da área?
Agora, caso os governadores fiquem aguardando o esfriamento dessa crise, podem perder uma bela oportunidade em início de mandato. Aliás, nada impede que pautas de interesses de toda uma região sejam colocadas em discussão.
Questões como a dívida dos estados, votação do mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) 4917, que permite que a Lei dos Royalties do Petróleo entre em vigor, a própria CPMF, por exemplo, precisam entrar na atual pauta da política nacional.
Uma chance para Renan Filho ocupar a liderança entre os governadores nordestinos e iniciar a solidificação do seu nome, mesmo com a poderosa sombra do pai.
Política é ocupar espaço, ainda mais quando há um imenso vácuo.
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