A crise do emprego
A alta taxa de juros reflete esse ambiente econômico. Ganha quem especula. Perde que ganha salário.
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O objetivo dessa discussão sobre a reforma trabalhista, com a presença de especialistas, busca apontar para a falácia do aumento dos empregos e o custo Brasil. Não é de hoje que se aponta para a perda de competitividade da economia brasileira e o custo do emprego, além da burocracia e a infraestrutura como causa da perda de competitividade.
Argumenta-se que o custo de contratação do emprego no Brasil é muito alto, em razão dos encargos trabalhistas, comparado com a ineficiência e improdutividade do trabalhador. E que é também responsável pelo desemprego ou a baixa contratação dos empregos formais. E que a solução seria diminuir a pletora dos direitos e benefícios como forma de aumentar a contratação de trabalhadores.
Daí a ideia da precarização, provisoriedade e informalidade do trabalho. Essa ideia vem de longe. Já no governo de FHC procurou-se adotar uma microeconomia do emprego, com ajustes pontuais no mercado, banco de horas e intermediação na busca de vagas de trabalho. Além do autoemprego, financiamento de pequenos negócios. Adotou-se contratos provisórios de trabalho.
Mas a ideia só prosperou com TEMER e BOLSONARO.
A reforma não aumentou os postos de trabalho. Mas retirou direitos, fragilizou a organização sindical, e precarizou o trabalho. Criou um mercado dual de trabalhadores, terceirizados, quarteirizados, itinerantes, sazonais e a domicílio.
Atentou contra princípios inegociáveis: a relação de continuidade do emprego e a prevalência do legislado sobre o negociado, num momento de fragilização dos sindicatos e da política de emprego e renda. Não aumentou a competitividade da economia, mas instituiu a barbárie e a exploração brutal da mão de obra. E fomentou o mito do empreendedorismo e autoemprego como substituição da ética do trabalho.
Estamos vivendo a época da desvalorização do trabalho como fonte de riqueza e financeirização da riqueza (Chenais). O trabalho deixou de ser fonte de dignidade e passou a ser uma mercadoria desvalorizada. É a época da especulação financeira, dos mercados de derivativos e cassinos financeiros. Do rentismo e da especulação também, das crises cambiais que empobrecem quem vive de salários.
A alta taxa de juros reflete esse ambiente econômico. Ganha quem especula. Perde que ganha salário.
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