A CPI do MEC para fechar a tampa
A Tanzânia fica na frente do Brasil no índice de percepção da corrupção no mundo, de acordo com a Transparência Internacional
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Conhece-se muito pouco sobre o sistema político atual da Tanzânia. Poucos se lembram sequer de algum comentário feito pelo jornalista Guga Chacra sobre a Tanzânia. Não há notícias sobre deputados ou senadores fazendo alguma viagem de aprendizado na Tanzânia ou até políticos da Tanzânia convidados para palestrar em algum seminário em Brasília. Dirão bolsonaristas que duvidam que Tanzânia fique na África. Dentro da corrente mais fanática de bolsonaristas, a mesma que acredita na Terra plana, deve existir uma corrente que ache que a Tanzânia deve ficar na Rússia. No entanto, apesar de tudo, Tanzânia fica na frente do Brasil no índice de percepção da corrupção no mundo, de acordo com Transparência Internacional. O índice IPC mostra o quanto Brasil atual está muito aquém no combate à corrupção, com democracia enfraquecida e abusos dos direitos humanos.
Na Câmara tramitam mais de cinco CPIs e a mais nova CPI no Senado, que será a do MEC, tem provas robustas de incríveis e variados crimes, que podem até chegar ao presidente. O Brasil de Bolsonaro, que tem mais de cem pedidos de Impeachment travados por seu amigo e presidente da Câmara Arthur Lira e do outro lado, seu outro grande amigo na PGR, Augusto Aras, somados a três pedidos de acusação de genocídio no Tribunal de Haia, conseguiu a proeza transformar em pouco tempo um país respeitado para um país pária. Por que Tanzânia está mais confiável do que o Brasil? O que devemos aprender com nossos iguais, ou melhor, nossos superiores? Pensar no desenvolvimento de países pós-coloniais em que se encontram em posição de dependência econômica tem condições de melhorias das condições de vida de sua população, através da ideia de Ujama que permite o aumento da renda da população.
A Tanzânia esteve envolvida recentemente em uma guerra conhecida como Guerra Kagera, um conflito armado que acabou com o país e, no entanto, Samia Suluhu Hassan, se tornou a primeira mulher chefe de Estado da Tanzânia, o romancista Abdulrazak Gurnah recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 2021 e tem um crescimento do PIB de 2% ao ano. Mas apesar disso, não foi a Tanzânia que melhorou, mas sim, o Brasil que piorou. E foi ladeira abaixo. Nunca na história tivemos corrupção, ideologia de extrema direita e truculência como estamos vendo. A CPI da COVID que chegou para investigar problemas nas compras das vacinas, acabou por revelar um gigantesco esquema de corrupção dentro do Ministério da Saúde com requintes de crueldade, por fazer o esquema enquanto o povo morria.
Nesse momento, a CPI do MEC, já chega com diversos crimes provados, com implicações diretas a Bolsonaro por interferência na investigação e com possíveis novas implicações, já que tem pastor que já fala com boca pequena que pode “implodir tudo”. O MEC que deveria estar se preocupando com incentivos a inclusão escolar, manutenção de escolas no interior, melhorar os índices de aprovação e acabar com a evasão. O Ministério possui uma dos maiores orçamentos e no entanto, depois de cinco ministros, apenas se preocupou em ideologia, separar deficientes do resto dos alunos, tentar acabar com autonomia das Universidades, tentar acabar com o acesso do povo as Universidades.
A CPI nesse momento, chega para dar luz para um esquema de corrupção imenso nesse Ministério, o quanto que o Palácio do Planalto estaria envolvido e o quanto toda essa interferência atrapalhou as condições da população para ter seus direitos a educação fossem respeitados.
Já que o Bolsonarismo despreza a ciência, procuram alguma explicação plausível através do misticismo, da religião, da mágica. Recorrer ao dopping sobrenatural. Só temos uma opção nesse caso. Mudar radicalmente a política educacional com um governo que se preocupa realmente com revolução do ensino ou contratar o feiticeiro da Tanzânia.
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