A CPI da Covid e o mentiroso Queiroga

Na CPI, o frio cinismo de Queiroga falou que a política a ser implementada contra o coronavírus no País é a do governo federal, nunca do Ministério da Saúde. Da próxima vez, a CPI deve dispensar os contínuos. É urgente chamar logo o chefe, o dono da morte no Brasil, o presidente



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Chamam ao senhor Marcelo Queiroga de Ministro da Saúde. Chamam-no dessa maneira e não atentam para o paradoxo. Não é possível ser ministro de Bolsonaro no ministério da Saúde.  

Ontem, na CPI, assistimos ao insuportável nas respostas e perguntas ao senhor Queiroga. Víamos e descia até nós isto: é absurdo tratar com civilidade, dar crédito à pose de homem sério, de ministro digno, a um indivíduo que serve a Bolsonaro. Na tarde ontem, em quase todas as oportunidades, vimos na CPI da Covid muitos parlamentares tratarem o senhor Marcelo Queiroga como um homem de bem, grande médico, amante da ciência e cumpridor de protocolos universais. A gente olhava, ouvia e não podia acreditar: aquele ministro é o mesmo que está a serviço de um genocida? 

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“Não posso fazer juízo de valor”, falava o ministro, quando lhe perguntavam sobre a cloroquina. Mas o juízo de valor dos homens já está formado. Não notam? Já comentei em outra oportunidade e cabe mais uma vez falar: existem formas ardilosas de mentir, ou na sua forma eufemística, “não falar a verdade”. A mentira ocorre sempre quando nos esquivamos a uma afirmação, ou mudamos o foco do objeto para o qual somos questionados. 

E o senhor ministro mentiu várias vezes. 

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“Só temos um inimigo, o vírus, o novo coronavírus, e temos que unir nossas forças para cessar o estado pandêmico da doença” . Mentira clara, a não ser que interpretemos o nome do vírus como sendo Bolsonaro. 

"Questão do tratamento precoce não é decisiva, o que é decisivo é a vacinação e as medidas não-farmacológicas". Mas não existe tratamento precoce! 

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E quanto à cloroquina, olhem só o que ele respondeu: 

"Existem correntes da medicina, uma corrente é contrária o tratamento precoce, outra corrente defende; essa questão precisa de posicionamento técnico, e o ministro da saúde é a última instância a opinar". Não é possível essa média de contradições. Ele poderia dizer igualmente que há corrente em defesa da terra plana e outras da forma redonda. E que para há raças inferiores e para outros a igualdade entre os homens e mulheres do mundo. Ou mesmo que existem os adeptos da ausência de progresso na ciência, porque no seu tempo era melhor, quando a sociedade era mais adiantada. Já existem outros que não. E assim por diante. 

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O Ministro da “Saúde”chegou ao primor de não ver ameaças de Bolsonaro contra governadores e até a decisões do STF, assim como ataques à vacinação: 

"O que o presidente falou comigo acerca desse tema é que ele queria assegurar a liberdade das pessoas. Assegurar a liberdade das pessoas eu concordo". 

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Ah, bom, defender a morte é assegurar a liberdade das pessoas! Muito bem. Quanta indignidade nesse apego ao cargo. Mas ninguém vê? Ninguém lhe fala, na cara, que a sua melhor postura seria: 1. Nâo ter aceitado a nomeação para Ministro. 2. Demitir-se e falar a verdade. Mas aí seria demais para as regras de Vossa Excelência pra cá, Vossa Excelência pra lá. Um palaciano servil assim, com tamanho desprezo à verdade, não devia ser tratado com tanto respeito: Doutor, Vossa Excelência, Senhor Ministro e outras formas corteses que são uma zombaria contra o povo brasileiro. 

No seu depoimento, ficou demonstrado que o Ministro da “Saúde” mente até mesmo quando fala o óbvio, isto é, quando defende a vacinação. Mas como? É que ele oculta de todos, como um mágico, as medidas contra o uso de máscaras e contra o distanciamento, que o seu senhor prega, faz e anda. Entendem? Dirigir para outro assunto é ótimo para esconder uma ação criminosa. E nesse particular, ele age como o seu mestre fascista. A saber, quando acusado e acuado, o presidente invoca absurdos como o STF querer matar o povo de fome, ou ataca os movimentos que lutam pela diversidade, porque estariam acabando com a família brasileira, dele. 

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Na CPI, o frio cinismo de Queiroga falou que a política a ser implementada contra o coronavírus no País é a do governo federal, nunca do Ministério da Saúde. “Se o presidente da República pensar de forma diversa, ele é o presidente da República”. Isso é de uma fidelidade canina. O que o presidente mandar eu faço, assim falou Queiroga em outras palavras. Então para quê Ministro da Saúde? Ele é um contínuo sem estabilidade no emprego. 

Da próxima vez, a CPI deve dispensar os contínuos. É urgente chamar logo o chefe, o dono da morte no Brasil, o presidente. 

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