A Copa e as eleições

A tão sonhada reformulação do futebol brasileiro deveria ser estendida também à nossa mídia. Ficou claro que ela usou politicamente a Copa para desgastar o atual governo e influenciar as próximas eleições



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A Copa das surpresas foi justa no final. O coletivo venceu a individualidade. A Argentina de Messi caiu para uma Alemanha que, desde o início, mostrou como estava bem preparada. A final, equilibrada e muito disputada, realçou o encerramento de uma Copa de muitos êxitos.

Até os que torciam, dissimulada ou descaradamente, para a 'Copa da vergonha' foram contemplados. Felipão os salvou no final do campeonato. Nossa seleção foi uma tragédia.

Aquele primeiro gol-contra de Marcelo já era um sinal. Fomos cambaleando e enganando até a semifinal. Aí veio a impressionante derrota para Alemanha, que preferimos rotular como acidente de percurso. Na derrota para a Holanda a ficha caiu de vez.

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Agora todos clamam por uma mudança radical no futebol. Mas há muito tempo que os erros são apontados. É engraçado ver os comentaristas da Globo pedirem a revolução no futebol sem questionarem o poder e influência da emissora. A opulência da CBF e Globo contrastando com os endividados clubes não lhes causam indignação.

A goleada sofrida pela seleção ressuscitou a sanha de nossa mídia empresarial e seus colunistas que não aguentavam mais engolir o sucesso da Copa. Houve quem relacionasse, naquele momento, a Dilma ao padrão Felipão. Oportunismo covarde.

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Enquanto ainda estávamos no páreo tinha colunista alarmado "com a pressão enorme do governo em chuteiras". A cada vitória da seleção brasileira aumentava o mantra de que o governo se apropriara da Copa.

Os quatro pontos ganhos nas intenções de voto para a presidente, no decorrer da competição, acendeu o sinal amarelo nas grandes redações. Começou um enorme esforço para desvincular o evento do governo, atrelando todo o sucesso à imensa receptividade do povo brasileiro, o que a própria Dilma sempre fez questão de realçar.

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A ordem é não deixar o PT capitalizar a bem-sucedida Copa. Disseram que tudo funcionou a contento graças às críticas feitas pela mídia. Mesmo depois de encerrada, acusam a presidente de "continuar no gramado" angariando votos. É acusada por dar entrevistas a estrangeiros; é acusada por tirar fotos na entrega da taça no Maracanã; é acusada por almoçar com outros presidentes no dia da final; é acusada por fazer balanços sobre a Copa. Enfim, Dilma deve governar trancafiada e amordaçada - saudades de algum tempo? -, enquanto seus opositores esbravejam aos quatro ventos. É o que chamam de democracia.

A tão sonhada reformulação do futebol brasileiro deveria ser estendida também à nossa mídia. Ficou claro que ela usou politicamente a Copa para desgastar o atual governo e influenciar as próximas eleições. O argumento de que não se relacionam é falho. Por que, então, a insistência da grande imprensa em amplificar tudo que pudesse envergonhar e desmoralizar a presidente? Essa Copa foi feita aqui e sob sua corresponsabilidade. Com certeza, o assunto será explorado nas urnas.

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Nota: a ativista conhecida como Sininho foi presa um dia antes da grande final por incitar supostas manifestações marcadas para o Maracanã. No mesmo dia a 'Sininho' da Folha encerra sua matéria num explícito incitamento: "e aí, classe média, excluída do paraíso, dos estádios e dos supermercados?" Depois os black blocs é que são vândalos.

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