A caça ao Lula é uma porta aberta para o fascismo
"Os justiceiros estão ansiosos para encerrar a Lava Jato, afinal uma parte valiosa do plano já é exitosa: a farsa do impeachment da Presidente Dilma. Mas eles não podem encerrá-la, porém, sem antes alcançar o objetivo fundamental de incriminar, condenar e levar Lula à prisão para aniquilá-lo politicamente e impedir que retorne à Presidência do Brasil", diz o colunista Jeferson Miola; "No Brasil, o nazi-fascismo ganha materialidade na ojeriza aos petistas que é propagada nas escolas 'sem-partido', na TV 'sem-partido', nos jornais 'sem-partido', na Procuradoria da República 'sem-partido', na Polícia Federal 'sem-partido' e no STF 'sem-partido'”
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Estão em curso no Brasil dois mecanismos fascistas que confluem no objetivo comum de aniquilar o PT, Lula e o petismo.
Um desses mecanismos é o golpe jurídico-midiático-parlamentar para derrubar a Presidente Dilma através do impeachment fraudulento, perpetrado por uma maioria canalha no Congresso com a cumplicidade escandalosa da maioria dos juízes do Supremo Tribunal Federal. O golpe conta com a narrativa legitimadora do noticiário.
O outro mecanismo fascista é o condomínio jurídico-midiático-policial, um empreendimento inteligente e sofisticado que congrega estes mesmos setores do Judiciário, da Polícia Federal, do STF, a direção do Ministério Público e a mídia capitaneada pelos grupos Globo, Folha, Estadão, Abril.
Este condomínio comanda a Lava Jato, Operação convertida num instrumento de perseguição ideológica e de destruição de adversários. Os inimigos políticos são implacavelmente caçados e combatidos. Já os amigos e correligionários são protegidos e o envolvimento deles com falcatruas é olimpicamente escondido.
Está claríssimo que a Lava Jato não prioriza o combate exclusivo da corrupção e não busca resgatar a moralidade e a ética pública, como dizem seus militantes, que dedicam boa parte do tempo de trabalho fazendo proselitismo político até em cultos religiosos. O alvo real dos dirigentes da Lava Jato é um só: é o PT, Lula, Dilma e os petistas.
O escândalo de corrupção na Petrobras, que foi aperfeiçoado no governo FHC pelos mesmos corruptos que infelizmente parasitaram nos governos de conciliação de classe do PT, tem quase 150 condenados entre ex-diretores da empresa, políticos, empreiteiros, empresários, lobistas e doleiros.
Além dos já condenados, existem outras dezenas de pessoas implicadas que, todavia, não são investigadas, porque são os 34 deputados federais do PP, a cúpula inteira [inclusive Temer] e políticos do PMDB, um ex-presidente do PSDB, além de deputados e senadores tucanos e democratas – Aécio, Serra, Aloysio Nunes, Agripino Maia etc.
Dentre as centenas de implicados, apenas meia dúzia deles são vinculados ao PT [que devem, por isso, ser julgados pelos desvios cometidos]. Apesar dessa realidade, a corrupção na Petrobrás, cuja engrenagem criminosa foi instituída no governo FHC, é cinicamente batizada por Janot, Moro, Gilmar Mendes, pela PF e pela mídia como sendo o “petrolão do PT”!
Sérgio Moro e seus colegas justiceiros do MP vivem um dilema. Eles, que contribuíram decisivamente na desestabilização do país para derrubar Dilma, continuam virando e revirando pelo avesso a vida do Lula, mas não conseguem encontrar um único indício e uma única prova – porque não existe – para incriminá-lo.
Os justiceiros estão ansiosos para encerrar a Lava Jato, afinal uma parte valiosa do plano já é exitosa: a farsa do impeachment da Presidente Dilma. Mas eles não podem encerrá-la, porém, sem antes alcançar o objetivo fundamental de incriminar, condenar e levar Lula à prisão para aniquilá-lo politicamente e impedir que retorne à Presidência do Brasil.
A conexão venenosa da mídia com juízes, procuradores e policiais para viabilizar uma estratégia de poder é letal à democracia, porque abre uma porta para o fascismo. Quando funcionários públicos da justiça, da polícia e da procuradoria vestem suas togas e seus uniformes para agirem seletivamente contra uma parte específica da sociedade em detrimento de critérios universais de justiça, estão aparelhando ideologicamente o Estado para fins autoritários e persecutórios.
Hannah Arendt, em “As origens do totalitarismo”, esmiúça o “caso Dreyfus”, ocorrido no final do século 19, como um exemplo da ação fascista, em que uma imprensa caluniosa, em comunhão com o Poder Judiciário, condena sem provas o inocente oficial do exército francês. O Caso Dreyfus se tornou uma importante referência teórica nos estudos sobre a origem do anti-semitismo, do nazismo e de processos totalitários.
O nazismo não nasceu na Segunda Guerra Mundial [1939/1945], quando evidenciou todo seu poder mórbido e anti-civilizatório; mas nasceu antes, ainda nos anos da ascensão de Adolf Hitler e da “banalização do mal” que estigmatizava os judeus como uma “raça” que deveria ser perseguida e exterminada. O holocausto veio alguns anos depois.
No Brasil, o nazi-fascismo ganha materialidade na ojeriza aos petistas que é propagada nas escolas “sem-partido”, na TV “sem-partido”, nos jornais “sem-partido”, na Procuradoria da República “sem-partido”, na Polícia Federal “sem-partido” e no STF “sem-partido”.
Triste nação obrigada a viver “sem-partido”, condenada à enganação daqueles ultra-ideológicos que cinicamente usam esse discurso para manipular o povo e destruir os adversários políticos, estigmatizados fascistamente e transformados em inimigos que devem ser eliminados, simplesmente porque são diferentes e pensam diferente.
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