A bicicleta nazista

"Tentando se desculpar, argumentou que estava bêbado. Pois se estava, não parecia. Na verdade, estaria embriagado da própria cretinice", escreve o jornalista

Apresentador Monark
Apresentador Monark (Foto: reprodução)


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Por Eric Nepomuceno, do Jornalistas pela Democracia

Por esses dias andei lembrando da minha primeira adolescência, quando a vida era mais fácil. Tudo parecia dividido em dois, à nossa escolha: Guaraná ou Crush (que depois virou Fanta), Renault Dauphine ou Renault Gordine, DKW ou Volksvagen, bicicleta Caloi ou bicicleta Monark.

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A lembrança da bicicleta – em casa todos tínhamos Monark – voltou graças à descoberta de uma figura dantesca que atendia pelo nome de Bruno Aiub até virar quem virou. Como não frequento as tais redes sociais, nunca tinha ouvido falar desse Monark com milhões e milhões de seguidores.

Vi e revi suas declarações defendendo a criação de um partido nazista. Depois, tentando se desculpar, argumentou que estava bêbado. Pois se estava, não parecia. Na verdade, estaria embriagado da própria cretinice. 

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Fiquei pensando como é que semelhante modelo de estupidez insuperável conseguiu atrair tanta gente e se entupir de dinheiro. E constatei o óbvio: os tais meios digitais, as redes sociais, esses instrumentos atuais abrem espaço para qualquer coisa.

O melhor exemplo disso talvez seja um embusteiro, jornalista e astrólogo autodenominado “filósofo”, chamado Olavo de Carvalho, que há pouco partiu desta para a pior. A disseminação de aberrações semelhantes não fez mais do que crescer. 

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Acabo de ficar sabendo que um tal de Adrilles Jorge foi demitido da Jovem Pan por ter feito o que se considerou saudação nazista. Bem, ser demitido da Jovem Pan, reduto do bolsonarismo mais deslavado – verdadeira voz oficial da mais extrema-direita imbecil deste país destroçado – é um feito e tanto.  Mais intrigante é saber como essa figurinha, saído do nada, foi parar lá e ter tido o espaço que teve. 

Os chamados meios alternativos de comunicação, que pululam mundo afora, são o pântano para esse amontoado de dejetos mergulharem à vontade.

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No episódio do tal Monark, a bicicleta nazista e suas pedaladas grotescas, havia outra figurinha nascida da ignorância, da manipulação e da maldição da política tradicional despejada pela atuação do juiz manipulador Sérgio Moro e sua turma, com a cumplicidade do comportamento poltrão do Supremo Tribunal Federal, dos meios oligopólicos de comunicação, de boa parte da classe política e das Forças Armadas.

Estou me referindo a Kim Kataguiri, deputado federal por São Paulo, integrante do Podemos e um dos principais apoiadores justamente de Sérgio Moro. Para o referido parlamentar, nazismo não deveria ser considerado crime no Brasil. E pelo que mostrou até agora, apoiando Moro, o ex juiz manipulador também não cometeu nenhum crime.

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Foram, pois, feitos um para o outro. Com Monark e tudo.     

 

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