A Amazônia é nossa!
Devemos de forma imediata iniciar uma campanha em defesa da Amazônia, em defesa das terras indígenas e da soberania nacional. Devemos fortalecer e apoiar os diversos movimentos dos trabalhadores do campo que estão na mira do fascismo exatamente porque são o principal obstáculo ao plano imperialista
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Logo após sua turnê nos Estados Unidos, onde Bolsonaro demonstrou mais uma vez seu total capachismo e servilismo, o atual presidente fez um discurso para seus partidários sobre o resultado da viagem.
"Tenho me aproximado do governo norte-americano, sim. Já tive reuniões com embaixadores. O que eu tratei? A Argentina falou que as Malvinas eram deles em 82 e perderam. A Amazônia é nossa? Com todo o respeito, só uma pessoa que não tem qualquer cultura fala que é. Não é mais nossa!"
Há quem achará essa declaração como mais uma fanfarronada do tresloucado Bolsonaro. Mas longe disso, essa afirmação se ampara em toda uma história, em todo um movimento de mais de 50 anos que os Estados Unidos têm feito para se apropriar da Amazônia. E revela o que devemos esperar para o próximo período da política dos fascistas. Além de confirmar aquilo que todos sabem, que a defesa de qualquer interesse da soberania nacional passa longe desse governo.
Já no final da década de 60, estabeleceu-se uma CPI que resultou no conhecido Relatório Velloso, em que ficava patente que empresas norte-americanas em conluio com os militares estavam adquirindo propriedades ao longo do contorno da floresta amazônica, como que preparando uma separação física entre ela e o Brasil. Há analistas, inclusive, que dizem que a divulgação desse relatório teria sido um dos principais fatores para o decreto AI-5 e o fechamento do congresso.
Desde o biênio 2007-2008, tem se discutido mundialmente o fenômeno da corrida mundial por terras impulsionado pelo Banco Mundial, em que monopólios imperialistas têm apropriado milhões de hectares pelo mundo afora. O Brasil, como todos sabem, é uma das maiores fronteiras agrícolas do mundo.
Logo após assumir a presidência do IPEA, Carlos von Doellinger, não por coincidência consultor do Banco Mundial, declarou para a revista IstoÉ que "O Brasil continua sendo a grande fronteira para os investidores. Aqui você tem disponibilidade de terras. E capacidade de aumentar muito a produção, usando vantagens competitivas, seja na agricultura, na pecuária, na mineração, na indústria de um modo geral e nos serviços de todo tipo".
Enquanto Bolsonaro viajava, o sítio do Banco Mundial publicou um artigo em que a autora Laura Tuck explica as sete razões para que a questão da terra e dos direitos de propriedade esteja no topo da agenda global "7 reasons for land and property rights to be at the top of the global agenda", no link: http://blogs.worldbank.org/voices/7-reasons-land-and-property-rights-be-top-global-agenda, ou seja, no topo das prioridades do imperialismo.
Há quatro dias, o major Olimpo declarou: "Hoje, 13% do território Nacional é demarcado como terra indígena, isso é um absurdo, que só serve para atender interesses espúrios. Devemos rever esses critérios e a exploração desses territórios.
Vivemos um novo momento e devemos fortalecer o Agronegócio, que sustentou o País durante a crise, sendo um grande gerador de emprego e renda." E a própria ministra da agricultura, Tereza Cristina disse ser absurdo que tanta terra fique nas mãos dos indígenas enquanto apenas 7% do território, segundo ela, estaria nas mãos da agricultura.
O próprio Temer conseguiu se sustentar diante da ameaça de impeachment quando aprovou a flexibilização de leis que permitem a internacionalização das terras brasileiras.
Pode-se afirmar, inclusive, que Bolsonaro foi colocado no poder para garantir a entrega da Amazônia para os EUA. Pois como podemos ver no link https://www.youtube.com/watch?v=4cxe2wks3e8, já em 26 de fevereiro de 2016 (antes do impeachment de Dilma), Bolsoanro defendia a entrega da Amazônia para os norte-americanos.
E poderíamos levantar mais e mais dados que mostram o mesmo quadro. Um dos planos estratégicos do imperialismo norte-americano ao patrocinar o golpe de estado e o fascismo é tomar de conta o território nacional e submete-lo aos ditames do capital financeiro.
Devemos de forma imediata iniciar uma campanha em defesa da Amazônia, em defesa das terras indígenas e da soberania nacional. Devemos fortalecer e apoiar os diversos movimentos dos trabalhadores do campo que estão na mira do fascismo exatamente porque são o principal obstáculo ao plano imperialista. Mas essa luta só poderá realmente ter sucesso se tiver na sua dianteira o movimento operário de conjunto, a CUT, sindicatos e partidos de esquerda. A derrubada de Bolsonaro, de Mourão e de todos os golpistas do poder é condição sine qua non para que a Amazônia seja nossa!
Fora Bolsonaro! Abaixo o golpe militar!
A Amazônia é nossa!
Em defesa da nacionalização das terras!
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