A ação da Justiça no RJ e a pergunta que não quer calar. Nem deve

Jornalista Gilvandro Filho alerta que o afastamento de Wilson Witzel foi feito com o estardalhaço bastante para que a turma de Bolsonaro tente encobrir a pergunta mais importante a ser respondida. "Presidente, porque a sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?", questiona

Jair Bolsonaro e Wilson Witzel
Jair Bolsonaro e Wilson Witzel (Foto: Fotos Públicas)


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Por Gilvandro Filho, para o Jornalistas pela Democracia 

Não se trata de defender o governador do Rio de Janeiro, muito pelo contrário. Pelo conjunto da obra, o Dr. Wilson Witzel não faz jus a qualquer tipo de defesa. Nunca teve nada de democrático, passa ao largo de questões como liberdade de expressão e direitos humanos, assim como como está muito longo de ser incluído em qualquer rol de governantes progressistas e que têm foco nos interesses populares. Além do que, a ação atinge figurinhas carimbadas e suspeitas como o pastor Everaldo, presidente do PSC e padrinho de batismo do presidente Jair Bolsonaro nas águas cálidas do Rio Jordão, preso na operação desta sexta-feira. Mas, que esse seu afastamento do cargo deve ser olhado com estranheza, sobre isso não resta a menor dúvida.

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Pedra cantada pelo presidente há quase dois meses, numa daquelas aparições matinais para aliados no cercadinho do Palácio da Alvorada, onde a imprensa exerce o duplo papel de coadjuvante e alvo, a prisão de Witzel não tem como ser dissociada de um rosário de ações jurídicas contra governadores e prefeitos desafetos da Corte.

Tais “previsões” partiram até mesmo de quadros menores como a inenarrável ministra e eventual porta-voz conservadora do governo Damares Alves. Do tempo dessas matérias pra cá, alguns governantes passaram poucas e boas com inquérito s da Polícia Federal e decisões judiciais, quase sempre emanadas do Superior Tribunal de Justiça. Como foi esta, expedida pelo ministro Benedito Gonçalves.

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Bolsonaro mexeu em postos estratégicos em órgãos de segurança e da Justiça, como a PF, cujas mudanças provocaram a queda do ministro da Justiça, Sérgio Moro. O resultado são instituições engajadas no modo Bolsonaro de governar, como é o caso da PGR e do Ministério da Justiça, hoje funcionando também como uma banca de defesa do presidente, seus parentes e amigos. Aliás como entende ser o papel desses órgãos o senhor presidente.

A operação que tirou Witzel do governo do Rio de Janeiro acontece ao apagar das luzes do “Jair Paz e Amor”, uma tentativa mal sucedida de Bolsonaro de mostrar cordato e educado. Farsa que caiu por terra quando o presidente ameaçou “encher de porrada” a boca de um repórter de O Globo após uma pergunta feita e tida pelo presidente como descabida. A partir dali todo mundo sabia que o velho estilo estaria de volta.

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Aliás, o fato político da semana foi feito com o estardalhaço bastante para que a turma de Bolsonaro dele se utilize para tentar encobrir, justamente, a questão que resultou na ameaça ao jornalista. É bom, portanto, manter ligado o alerta para que as ações da PF e do STJ não nublem o cenário e joguem para debaixo do tapete a pergunta que, não respondida, inclui, de vez, o presidente das República e sua família no quadro bolorento da corrupção:

– Presidente, porque a sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?

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