A 602 dias das eleições, Bolsonaro é o favorito

"Não tenho dúvida de que, tal como Bolsonaro, o PT, seja com Haddad, seja com Lula, tem lugar garantido no segundo turno em 2022. O problema é o day after", avalia Alex Solnik

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Correa - PR)


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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia

Não foi coincidência o fato de, alguns dias depois das eleições para presidente da Câmara e do Senado, o ex-presidente Lula ter orientado Fernando Haddad a colocar o bloco na rua e Aécio Neves lançar o governador Eduardo Leite para se contrapor a João Dória.

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Eles perceberam que, com o resultado da Câmara e do Senado não só começou a campanha de 2022, mas também que Bolsonaro, que elegeu os presidentes das duas Casas, utilizando os golpes sujos de sempre, os quais também não hesitará em utilizar na sua reeleição, desponta como favorito.

Portanto, não há tempo a perder. Faltam apenas 602 dias para a próxima eleição presidencial.

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Graças ao jogo pesado de toma-lá-dá-cá, sobretudo na Câmara, ele conseguiu desarticular a frente que estava em vias de se formar contra ele e rachou o DEM e o PSDB.

Deu argumentos a quem, à direita e à esquerda, condenava a frente ampla; dividiu a oposição.

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E, de quebra, blindou-se contra um processo de impeachment: Lira não irá abri-lo neste ano, período em que espera receber os louros pela vitória e 2022 é ano de eleições, não há espaço para impeachment nem que a vaca tussa.

De idiota, portanto, Bolsonaro não tem nada.

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Se já havia dúvidas se a esquerda e a centro-esquerda poderiam caminhar juntas em 2022, a eleição de Lira na Câmara e de Pacheco no Senado fortaleceu a ideia – equivocada – de caminhar cada partido por si e Deus por todos no primeiro turno. Como em 2018.

Não tenho dúvida de que, tal como Bolsonaro, o PT, seja com Haddad, seja com Lula, tem lugar garantido no segundo turno em 2022.

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O problema é o day after.

Haddad perdeu no segundo turno em 2018 porque não agregou nenhum voto a mais. No primeiro turno, deu Bolsonaro 46%, Haddad 30%; no segundo, Bolsonaro 39%, Haddad 30%.

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Bolsonaro perdeu sete pontos percentuais, mas eles não migraram para Haddad, foram para nulos, brancos ou abstenções; nem sempre a rejeição a um candidato significa votos no outro. Ele precisa conquistá-los.

Ganha no segundo turno quem conquista mais eleitores que não votaram nele no primeiro.

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Em 2018, Bolsonaro ganhou em 16 estados e 21 capitais; Haddad, em 11 estados e seis capitais.

Nada indica situação diferente na próxima eleição. Os governadores são os mesmos.

Com exceção de Carlos Moisés, de Santa Catarina, todos continuam bolsonaristas, apesar do desastre da pandemia. E há novos pretendentes a entrar no clube, como o governador gaúcho, Eduardo Leite.

Contando com Leite e com Moisés (que nunca deu pinta de oposicionista), 15 governadores, de 27, apoiam Bolsonaro a essa altura do campeonato.

A 602 dias.

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