2018: o ano do desenlace
"2015 e 2016 foram os anos do auge da preponderância do projeto golpista, que instalou o governo mais antipopular e antinacional da história do país. 2017 foi um ano de transição, em que a agenda nacional mudou, tendo como reflexo o aumento constante da popularidade de Lula. 2018 será o ano do desenlace da crise, em que as duas soluções que disputam o destino do país se enfrentarão, cara a cara. Uma delas triunfará, a outra será votada à derrota por muito tempo" avalia o colunista Emir Sader; "O desenlace se dará pela disputa na sucessão do governo golpista", completa
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Completamos três anos inteiros de profunda e intensa crise, desatada pelo projeto de desestabilização da democracia, levado a cabo pela direita brasileira. Ao final de 2018 o Brasil será de novo um país democrático e soberano ou estará condenado a ser um país subjugado aos interesses das elites e do Império por muito tempo.
2015 e 2016 foram os anos do auge da preponderância do projeto golpista, que instalou o governo mais antipopular e antinacional da história do país. 2017 foi um ano de transição, em que a agenda nacional mudou, tendo como reflexo o aumento constante da popularidade de Lula. 2018 será o ano do desenlace da crise, em que as duas soluções que disputam o destino do país se enfrentarão, cara a cara. Uma delas triunfará, a outra será votada à derrota por muito tempo.
O desenlace se dará pela disputa na sucessão do governo golpista. A solução democrática passa pela eleição do Lula, pelo referendo revogatório, talvez pela convocação de uma Assembleia Constituinte, pelo retorno do direito popular de definir o destino do país, pela eleição de um Congresso representativo do povo brasileiro.
Essa via conta com a força de massas e a liderança política do Lula. A alternativa da direita conta com o Judiciário e com a mídia que, mancomunados, armaram o golpe e agem para a perpetuação do regime de exceção atual.
Caso a direita consiga, por alguma variante, se perpetuar no poder, o pais terminará de ser desmontado, virará definitivamente uma republiqueta, dirigida por uma elite que se enriquece com a especulação financeira, com um regime de exceção que se impõem pela força da mídia, das armadilhas jurídicas, da repressão, com a desigualdade, a exclusão social, a injustiça, a miséria e a fome imperando. O Brasil terá perdido toda a primeira metade do século XXI. Voltará a ser o país mais desigual e injusto do mundo, desaparecerá do cenário internacional, será de novo vassalo dos EUA. Será governado por presidentes fantoches como o atual, com um povo oprimido e sem esperança.
Mas se o povo decidir democraticamente quem será o presidente do Brasil, o caminho será muito diferente, oposto, antagônico a esse. O país poderá retomar a democracia, o modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, as políticas de fomento à educação e à saúde pública, poderá promover a democratização dos meios de comunicação, isentar os que vivem de renda de pagar impostos de renda, entre tantos outros avanços.
No mesmo ano, outros países da America Latina terão eleições, entre eles dois dos mais importantes – o México e a Colômbia. Será possível para um Brasil soberano rearticular as políticas de integração regional com governantes progressistas, além dos que continuarão no governo, como os do Equador, do Uruguai, da Venezuela. A própria Argentina se aproximará em termos econômicos do Brasil.
O país não suporta mais a crise gerada pela postura golpista da direita brasileira e se aproxima do desenlace dessa crise que já dura 3 anos. A batalha pelo direito do Lula ser candidato se prolongará por boa parte do próximo ano, se confundindo com a defesa da democracia e com a própria campanha eleitoral, fazendo desta uma campanha sui generis. O direito do Lula ser candidato coincide com a derrota da judicialização da política, que pretende ocupar o lugar da soberania popular para decidir os destinos do país.
No final de 2018 teremos o destino do pais decidido: pela via da prolongação, por muito tempo, do regime de exceção, ou pela recuperação da democracia. De qualquer maneira, 2018 será um ano decisivo na história do Brasil.
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