2015, o ano que não começou
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Zuenir Ventura mostrou ao Brasil que 1968 foi "o ano que não terminou".
Este 2015, ao contrário, é o ano que não começou, embora o calendário informe faltarem dois meses para terminar.
No começo parecia que o ano ia começar com o início de um novo governo.
Mas o governo não começou.
Teve um ministério. Dois. Mas não começou.
O ano também não.
Nem o governo disse a que veio, nem o ano.
O ano ficará para a história como aquele em que o país ficou parado à espera de um impeachment.
Assim como 2014 foi perdido na expectativa de o Brasil ganhar a Copa do Mundo pela sexta vez, 2015 foi perdido na discussão de um impeachment que nunca teve fundamento e cuja aventura terminou porque o seu rito é que não tinha fundamento.
Quando o Supremo barrou Cunha o ano terminou. Sem ter começado. Foi um ano sem pé nem cabeça.
Entre mortos e feridos salvaram-se todos em 2015. Dilma não será derrubada. Cunha não será cassado.
Passadas as festas de fim de ano espera-se que, livre da sombra do impeachment, o governo comece a governar; que Eduardo Cunha vire "Eduardinho Paz e Amor"; e comece 2015.
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