19 minutos de fama

Em pouco mais de 19 minutos, o TCU rejeitou todas as contas da presidente Dilma Rousseff em 2014. Milhares e milhares de páginas, com explicações profundamente técnicas do Governo Federal nubladas por um rito sumário

Em pouco mais de 19 minutos, o TCU rejeitou todas as contas da presidente Dilma Rousseff em 2014. Milhares e milhares de páginas, com explicações profundamente técnicas do Governo Federal nubladas por um rito sumário
Em pouco mais de 19 minutos, o TCU rejeitou todas as contas da presidente Dilma Rousseff em 2014. Milhares e milhares de páginas, com explicações profundamente técnicas do Governo Federal nubladas por um rito sumário (Foto: Jandira Feghali)


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Em pouco mais de 19 minutos, o TCU rejeitou todas as contas da presidente Dilma Rousseff em 2014. Milhares e milhares de páginas, com explicações profundamente técnicas do Governo Federal nubladas por um rito sumário.

Desenhou-se nessa quarta-feira (07) um julgamento político pautado por uma Grande Mídia oportunista e seletiva. A grande desinformação que ronda a sociedade ajudou a construir esse cenário de boatos e inverdades e pressionou a decisão final.

O histórico do Tribunal nas últimas sete décadas jamais registrou um episódio como este. É bom ressaltar que governos anteriores usaram do mesmo expediente e não se viu nenhuma manifestação ou parcialidade por parte do TCU.

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O contraditório do Governo foi ignorado, mesmo sem comprovação de qualquer ilicitude na gestão do país. Apesar de meu respeito aos colegas do TCU, muitos ex-parlamentares, o que se viu foi uma decisão muito mais de "espírito de autopreservação". Esse tipo de unanimidade se repete em praticamente 98% dos casos que são julgados pelo órgão consultivo.

O comportamento do ministro relator, Augusto Nardes, é incompatível com os códigos civil e penal, além da Lei Orgânica da Magistratura. Espalhou, ao longo dos últimos meses, sua opinião não-isenta pelos jornais e revistas, proferindo suas críticas pessoais ao Governo, esquecendo-se da condição de relator das contas, uma posição que requer responsabilidade pública.

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Nardes, inclusive, está sob suspeita de fraude fiscal em investigação da Operação Zelotes, da Polícia Federal. Os agentes suspeitam de repasse de R$ 1,8 mi ao ministro, sendo supostamente beneficiado na anulação de dívida fiscal da RBS, retransmissora da TV Globo no Rio Grande do Sul.

A decisão política do TCU, órgão consultivo do Legislativo, não deve ser supervalorizada. Trata-se apenas de um parecer de um tribunal, que não significa condenação. Caberá ao Parlamento a decisão final, ao analisar o mesmo processo em todas as suas etapas, que passam pela Comissão Mista do Orçamento e do voto no plenário do Congresso Nacional. Aliás, é na Câmara que alguns parlamentares embandeirados do impeachment devem prestar contas de seus ilícitos.

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Já que o TCU se pautou pela política na análise das contas, caberá agora ao Congresso se pautar pela técnica e pela responsabilidade política, corrigindo os 19 minutos de fama do TCU.

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