17 projeções para 2017
Forte chance de condenação e/ou prisão do ex-presidente Lula. Não será possível deixar para o ano eleitoral presidencial o teste sobre a eventual reação popular a uma destas hipóteses. E pode interessar à força-tarefa dar esta demonstração de força ao sistema político
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1 - Início de um conflito prolongado envolvendo EUA e União Européia x China em torno de disputas comerciais que tem pressionado os empregos e as balanças comerciais dos primeiros. Palco será atualização ou não do reconhecimento da China como economia de mercado na OMC.
2- Pacificação da região que envolve Síria, Irã e Turquia, a partir de um entendimento de Trump e Putin a respeito do combate ao Estado Islâmico.
3 - EUA arrastará a UE para pactuar com Rússia a fim de poderem se dedicar à prioridade de reduzir a força da China e o impacto econômico dela nos mercados internos de EUA e UE.
4 - Risco de vitória de extrema-direita na França, embalada pelo efeito Trump, projetando um risco ainda mais grave de proliferação deste efeito sobre o mundo, sobretudo se o novo presidente americano conseguir produzir resultados positivos sobre as condições de vida em seu país.
5 - Obama e Sanders serão a liderança da oposição doméstica a Trump, principalmente em relação aos temas relacionados ao racismo, política migratória e xenofobia.
6 - Trump deve moderar alguns ímpetos internos para poder cumprir sua principal promessa eleitoral, que é gerar empregos. Seja por esta oposição, seja por acertos parlamentares bipartidários tradicionais do establishment, seja por diálogo com Obama.
7 - Início de crise política (podendo avançar para institucional) generalizada na América Latina a partir das revelações feitas pelo Departamento de Justiça dos EUA sobre as atividades da construtora Odebrecht em 12 países (e mais dois na África).
8 - Este processo gradualmente deve se sobrepor em importância à disputa entre manter ou retroceder em avanços sociais da última década no continente.
9 - No Brasil, Temer tem remotas chances de cair (veja análise).
10 - Com recessão em estado mais grave, o pacote de medias econômicas e de combate ao desemprego do governo deve surtir efeito, pois há enorme capacidade ociosa e, de outro lado, o pacote foi baseado em propostas históricas do empresariado e, portanto, desta vez, terão que provar a efetividade delas. Isso pode reduzir o crescimento do pessimismo, ajudando o governo a conquistar popularidade.
11 - Classe C, puxando a D e E, deve ir se acomodando.
12 - Abertura massiva de instruções penais na suprema corte contra políticos com mandato e cargos no governo e mais um capítulo da crise institucional com a Lava Jato apontando, agora, para o sistema financeiro.
13 - Com ou sem a oposição, deve haver mais coesão entre a maioria do Congresso Nacional, o governo e um poderoso ator econômico.
14 - Forte chance de condenação e/ou prisão do ex-presidente Lula. Não será possível deixar para o ano eleitoral presidencial o teste sobre a eventual reação popular a uma destas hipóteses. E pode interessar à força-tarefa dar esta demonstração de força ao sistema político.
15 - Prefeitos e governadores atolados em reduzida margem fiscal, sem encontrar soluções que não sejam mais apertos a provocar conflitos com servidores públicos e perda de popularidade em relação aos setores mais pobres da sociedade, sem contar novo ciclos de escândalos relacionados à denúncias de corrupção como efeitos colaterais da Lava Jato.
16 - Ondas de movimentos sociais pedindo eleições diretas, mas com baixa repercussão: no orçamento de 2017 não há redução de investimentos sociais, a reforma da previdência será debatida no Congresso com idas e vindas sem muita oportunidade para uma oposição de massas, a economia deve começar a responder menos negativamente em relação ao desemprego, as ruas de direita estarão mais concentradas em apoiar a Lava Jato e ações mais assertivas contra Lula do que se juntarem com as de esquerda em torno do Fora Temer.
17 - Recrudescimento dos crimes de ódio - com destaque para os homofóbicos e feminicidas - como o empreendido em Campinas-SP, na virada do ano, que podem empurrar Congresso, governo e poderes locais - sem contar o ativismo judiciário - a tomar medidas inadiáveis a respeito. Este é o tipo da luta social que terá tudo para crescer no país, dramatizando o quadro de polarização entre soluções progressistas e conservadoras ante tais acontecimentos.
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