13 de abril: nascimento do líder e militante da luta camponesa, Gregório Bezerra

Sempre muito disciplinado e firme em suas convicções, foi alcançado pelo golpe civil-militar de 1664 em plena militância no campo entre os camponeses

Gregório Bezerra, este sim, um verdadeiro brasileiro
Gregório Bezerra, este sim, um verdadeiro brasileiro


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Acho que foi o poeta  comunista Bertold Brecht que   disse que os homens que  lutam por um período de suas vidas são bons. Mas os melhores são os que lutam por uma causa  social durante  a vida inteira. Esse é o legado de Gregório Bezerra, que aliás  teve um irmão assassinado nos cárceres  do Estado Novo.

0 velho "Griga", como era conhecido, era um misto de gentileza e amabilidade com uma determinação férrea de combater as injustiças sociais. Era um homem de compleição  atlética. Tinha sido sargento  do  Exército. Durante  a Revolução de 30 estava servindo no interior de São Paulo. Foi convencido  a se tornar comunista depois da Revolução. Havia uma facção vermelha nas Forças Armadas chamada "braço  vermelho". A conversão de Gregório se deu no interregno de 1930 e 1935. 

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Quando ele voltou a Pernambuco já  era comunista. Teve uma enorme participação  no levante da Aliança Libertadora Nacional,  no quartel do Largo da paz. Lutou bravamente. Derrotado o movimento, foi preso, processado e pagou sua pena.  Libertado durante a redemocratização , voltou às suas lides  políticas  de líder camponês, organizando, arregimentando, ensinando os trabalhadores rurais a lutarem pelos seus direitos. Chegou a integrar a Comissão Executiva  do PCB. 

Sempre muito disciplinado e firme em suas convicções, foi alcançado pelo golpe civil-militar de 1664 em plena militância  no campo entre  os camponeses. Sofreu torturas medievais nas mãos de um certo  capitão Vilocq, na sede do CPOR-Recife. Não se queixou ou arredou o pé de suas convicções políticas.  Foi trocado  pela liberdade  do embaixador  americano, Charles  Elbrick, contra sua vontade, aliás. Foi para o exílio  e só  retornou  com a anistia aos presos e condenados políticos. 

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No Brasil, tomou partido pela dissidência  prestista, tornando-se  o líder dessa corrente, após  a morte de Prestes. Conheci-o na Universidade Federal da Paraíba,  quando  ele  foi fazer uma palestra. Naquela  época, era impressionante  ver uma lenda viva da luta camponesa ali falando calmamente, risonho, rijo, na sua integridade  ideológica. Foi  muito reverenciado  por todos nós. 

As agruras e vicissitudes de sua longa jornada política  pesaram sobre as costas desse valoroso lutador social. A sua  morte foi sentida por todos, independentemente de posição.  Vários comunistas discursaram sobre o seu esquife, sem distinção,  reconhecendo o seu valioso legado à democracia e ao socialismo.  Deixo aqui registrada a minha admiração  e respeito  pelo homem feito "de ferro e de flor".

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