1º de maio sem bandidos políticos
O que pretendem estes supostos dirigentes sindicais ao convidar um Witzel, cuja política é atirar livremente para matar contra a população do Rio de Janeiro, um FHC, que destruiu a maior parte da indústria estatal brasileira e criou um estado de fome permanente para milhões de brasileiros?
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Em matéria publicada no sítio Vermelho, dirigido pelo Partido Comunista do Brasil, PCdoB, no dia 23 passado, o articulista João Guilherme Vargas Netto, que se apresenta como consultor de várias entidades sindicais, nos dá a seguinte informação:
“Confirmados os convites e as participações, o palanque virtual do 1º de Maio acolherá, além dos dirigentes e dos artistas, os ex-presidentes FHC, Lula e Dilma, os governadores Dória, Flávio Dino e Witzel, o ex-ministro Ciro Gomes, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e muitos outros que comparecerão ao longo do dia”.
Pela segunda vez consecutiva depois do golpe de 2016, a Central Única dos Trabalhadores decidiu realizar um ato de 1º de maio com outras organizações sindicais, tais como a Força Sindical. Talvez seja um exagero chamar o evento de ato, uma vez que se trata de uma atividade virtual, ou seja, uma simples transmissão pela internet. Não seria, de modo algum, impossível realizar um ato de verdade, de maneira controlada, como estarão fazendo inúmeras organizações sindicais ao redor do mundo. Esta inovação é, na realidade, uma capitulação diante da política antidemocrática dos governadores que proibiram manifestações políticas em diversos estados do País, ao arrepio da Constituição.
A propalada “unidade das centrais”, apresentada com muita pompa pelos organizadores não tem na realidade nenhum conteúdo concreto. A quase totalidade das chamadas centrais nada mais é do que um detrito da ruína da velha organização antissindical da ditadura militar que sobreviveu devido às derrotas e ao refluxo do movimento operário, mas não passam efetivamente de verdadeiros mortos-vivos sem qualquer conexão com nenhum movimento operário.
A grotesca reunião de bandidos políticos apresentada acima é o único tipo de resultado que tal aliança pode trazer. Na realidade, a proposta é a reprodução daquilo que sempre fez a Força Sindical, ao realizar no 1ª de Maio ajuntamento de pessoas para ver serem sorteados automóveis e apartamentos doados pelas empresas capitalistas, pela FIESP ou pela Bovespa sempre com a presença de diversos tipos de bandidos políticos representantes da burguesia.
O 1º de Maio é o dia histórico de luta da classe trabalhadora mundial. É um ato de classe e, portanto, a presença da burguesia de qualquer tipo não é admissível. Aqui, no entanto, se trata da comunhão com a direita e a extrema-direita nacional. O que pretendem estes supostos dirigentes sindicais ao convidar um Witzel, cuja política é atirar livremente para matar contra a população do Rio de Janeiro, um FHC, que destruiu a maior parte da indústria estatal brasileira e criou um estado de fome permanente para milhões de brasileiros, uma situação que até hoje – quase duas década depois do seu governo infame – continua a existir?
A questão se coloca de maneira simples. Nenhum militante sério do movimento operário, da esquerda, dos movimentos democráticos pode participar de um 1º de Maio onde comparecerá a elite do golpe de Estado de 2016, os eleitores de Bolsonaro e os maiores incentivadores do fascismo nacional.
Se esta notícia se confirma, e tudo indica que isso acontecerá, é imperativo boicotar este falso ato do dia dos trabalhadores realizado com estes bandidos políticos e inimigos declarados da classe trabalhadora.
Da nossa parte, realizaremos um ato público, de verdade, com as pessoas in loco e com transmissão pela internet que será declaradamente um ato de total oposição a esta farsa vergonhosa.
Não ao 1º de Maio com bandidos! Boicote à farsa com Witzel, Dória, FHC e Maia! Por um 1º de maio de classe, de luta e socialista, pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas que estarão participando do “ato unitário”.
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