América latina

Venezuela e Colômbia reabrem fronteira, e Petro diz que países encerram 'um suicídio'

Fronteiras estavam fechadas desde 2015 e relações rompidas desde 2019; presidente colombiano mostrou otimismo

Gustavo Petro esteve na fronteira acompanhado de ministro dos Transportes da Venezuela
Gustavo Petro esteve na fronteira acompanhado de ministro dos Transportes da Venezuela (Foto: Chancelaria da Colmbia/Divulgação)


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Lucas Estanislau, Brasil de Fato - A Venezuela e a Colômbia abriram nesta segunda-feira (26) suas fronteiras após permanecerem fechadas por sete anos. O ato marcou mais um passo para a plena normalização de relações diplomáticas entre os países, rompidas em 2019.

A decisão, que já havia sido anunciada pelos presidentes venezuelano, Nicolás Maduro, e colombiano, Gustavo Petro, no dia 9 de setembro, permitirá que as passagens fronteiriças entre os territórios volte a funcionar para pedestres e veículos de carga.

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Em ato realizado na Ponte Internacional Simón Bolívar, que une as cidades de San Antonio de Tachira e Villa de Rosario, carretas levando produtos venezuelanos e colombianoss atravessaram a fronteira simbolizando a retomada comercial entre os dois países.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, compareceu ao ato e afirmou que a reabertura da fronteira entre os países representou "o fim de um suicídio que não deve ser repetido".

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"Haverá, sem dúvidas, obstáculos entre os dois governos, mas sempre em paz, sempre com argumentos, respeitando o outro, pois a autodeterminação dos povos é uma ordem da Constituição da Colômbia. O que acontece na política da Venezuela deve ser, primeiro que tudo, decisão do povo da Venezuela", disse.

A postura de Petro confirma o fim da estratégia diplomática adotada pelo seu antecessor, o direitista Iván Duque, que apostou em ignorar o governo Maduro e apoiar a oposição venezuelana em tentativas de derrubar o presidente chavista. Em 2019, por exemplo, o governo colombiano forneceu apoio material e logístico para uma tentativa de invasão ao território venezuelano com o pretexto de levar uma suposta "ajuda humanitária" ao país. A ação, orquestrada por Juan Guaidó com o aval da Casa Branca, levou Caracas a romper relações diplomáticas com Bogotá.

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Petro, por sua vez, se mostrou otimista não só em relação à retomada de laços diplomáticos e políticos, mas também na reativação comercial, afirmando que o fluxo econômico entre os países poderá retornar aos níveis pré-crise.

"As duas economias devem necessariamente se integrar e [por isso] estamos falando de uma Zona [Econômica] Especial entre Táchira e Norte de Santander para que seja plataforma da industrialização e para que a qualidade de vida seja geral", afirmou.

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Segundo projeções da Câmara de Integração Econômica Venezuelana-Colombiana (Cavecol), após o restabelecimento de relações e a reativação das fronteiras o intercâmbio comercial entre as duas nações - que leva em conta exportações e importações - pode chegar a US$ 1,2 bilhão (R$ 6,2 bilhões) até o final de 2022. O recorde foi atingido em 2008, quando o comércio entre Venezuela e Colômbia superou os US$ 7,2 bilhões (R$ 37,2 bilhões).

O presidente colombiano também mencionou os milhares de venezuelanos que migraram à Colômbia nos últimos anos e disse esperar que "a migração em massa que veio da Venezuela para cá, como anos antes foram de colombianos para lá, possa ter tranquilidade".

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"Quero que as pessoas que desejem viver na Colômbia tenham o respeito de todos seus direitos, não somente um documento, mas uma vivência real de plenos direitos", afirmou. O mandatário ainda disse que já pediu ao Ministério da Educação para iniciar o processo de reconhecimento de diplomas universitários venezuelanos em território colombiano.

Representando Caracas estiveram o ministro dos Transportes, Ramón Velasquez, e o governador de Táchira, Freddy Bernal, além do embaixador venezuelano na Colômbia, Felix Plasencia. 

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O presidente Nicolás Maduro não compareceu ao ato na fronteira. Pelo Twitter, o mandatário confirmou a reabertura "total e absoluta" entre os países e classificou o dia como "histórico".

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