América latina

Lavrov: cooperação da Rússia com América Latina baseia-se em abordagem desideologizada e não ameaça ninguém

O chanceler também fez críticas aos EUA e à União Europeia, e citou países que, segundo ele, foram prejudicados por governos norte-americano e europeus

O chanceler russo, Sergey Lavrov
O chanceler russo, Sergey Lavrov (Foto: Divulgação)


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247 - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, destacou a importância da América Latina na geopolítica global e disse que os países dessa "região estão desempenhando um papel cada vez mais importante em uma ordem mundial multipolar". "Nossa cooperação com os países da América Latina baseia-se em abordagens desideologizadas e pragmáticas e não ameaça ninguém", disse em texto na Folha de S.Paulo. O chanceler também fez críticas aos Estados Unidos e à União Europeia, ao acusá-los de "interferir em assuntos internos de Estados soberanos". O ministro citou alguns países que, segundo ele, foram prejudicados por governos europeus e norte-americano - Cuba, Venezuela, Iugoslávia, Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria.

Ao comentar sobre países latino-americanos, o chanceler afirmou que, ao "contrário dos antigos Estados coloniais, não dividimos os parceiros em amigos e inimigos, não os colocamos diante de uma escolha artificial — estar conosco ou contra nós". "As relações com muitos países da região, incluindo Brasil, Venezuela, Cuba e Nicarágua, que pretendo visitar na segunda quinzena de abril, desenvolvem-se ativamente, no espírito de parceria estratégica", disse.

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"Somos a favor de que os países da América Latina e do Caribe sejam fortes, unidos na diversidade, politicamente sólidos, economicamente estáveis. Na política externa russa, a América Latina e o Caribe ocupam posição prioritária. Não queremos que essa região se torne um palco de combates entre potências. Defendemos, de maneira coerente, o fortalecimento da cooperação entre a Rússia e os países da América Latina com base no apoio mútuo, solidariedade e consideração mútua dos interesses", acrescentou. 

Números da economia

O chanceler disse que, "no final do ano passado as nossas exportações totais para os Estados da região cresceram 3,8%". "O fornecimento de fertilizantes e produtos petrolíferos se intensificou. Em 2022, a Rússia aumentou as exportações de trigo para a América Latina e para o Caribe em 48,8%", escreveu.

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"A propósito, gostaria de observar que fornecemos 23 milhões de toneladas de grãos e 20 milhões de toneladas de fertilizantes para os mercados mundiais sem qualquer assistência da ONU. E isso não inclui aquelas dezenas de milhares de toneladas de fertilizantes que o Ocidente bloqueia em seus portos, desconsiderando o Pacto dos Grãos do Mar Negro firmado em Istambul por iniciativa do secretário-geral da ONU. Nós até nos oferecemos para distribuir essas quantidades gratuitamente aos países mais pobres. No entanto, estamos sendo impedidos de fazê-lo".

Críticas aos EUA e à Europa

O ministro citou a guerra na Ucrânia e disse que países ocidentais querem "interferir em assuntos internos de Estados soberanos, inclusive por meio de operações ideologicamente motivadas para substituir governos indesejáveis, do uso generalizado de sanções ilegítimas unilaterais e de tecnologias sujas de 'guerras de informação". "Suas consequências já foram sentidas por muitas nações do mundo, incluindo Cuba, Venezuela, Iugoslávia, Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria", continuou.

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"As elites governantes dos EUA e dos países da União Europeia sempre enxergaram a Ucrânia como uma ferramenta para conter a Rússia moderna", complementou. "Ao mesmo tempo, a França e a Alemanha, assim como outros países ocidentais, têm encorajado abertamente o regime de Kiev na sua recusa categórica de negociar diretamente com Donetsk e Lugansk, embora essa mesma exigência estivesse no centro dos acordos de Minsk. Isto demonstra uma falta de compromisso com o diálogo e de integridade dos líderes europeus".

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