Reunião de chanceleres do Mercosul mostrou divergências sobre acordos comerciais fora do bloco
O governo uruguaio reiterou que negociará individualmente um acordo com a China, que é rejeitado pela Argentina
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ARN - As divergências sobre como os países do Mercosul devem conduzir as negociações comerciais fora do bloco ficaram mais uma vez em evidência nesta quarta-feira, 20, durante a reunião do Conselho do Mercado Comum, instância anterior à reunião de presidentes marcada para quinta-feira.
O governo do Uruguai ratificou por meio de seu chanceler, Francisco Bustillo, sua decisão de continuar avançando unilateralmente com um acordo de livre comércio com a China, reiterando que adere ao Mercosul.
A posição uruguaia foi rejeitada pelo governo argentino. O chanceler Santiago Cafiero defendeu a "regra do consenso" dentro do Mercosul para a realização de acordos fora do bloco.
“Existem estudos sérios que apoiem trilhar caminhos sozinhos, sem a base da regra de ouro, do consenso no bloco? Um Mercosul que descumpre suas regras sairá mais caro para nossos países”, disse Cafiero durante o encontro realizado em Assunção, no Paraguai.
O ministro acrescentou que "o princípio do consenso viabiliza o Mercosul. Alguns falam em modernizar o bloco. Modernizar é trabalhar com novas ferramentas dentro e não fora do processo de integração ".
“Modernizar” foi a palavra que o chanceler Bustillo usou mais de uma vez para explicar a posição do Uruguai sobre o funcionamento do Mercosul. Ele disse que o bloco precisa fazer mudanças para melhorar em suas relações externas.
“Em mais de 30 anos não conseguimos cumprir os objetivos propostos nos textos fundadores”, como a consolidação de uma união aduaneira, que foi “adiada várias vezes”, disse Bustillo.
O chanceler uruguaio disse que Montevidéu quer aplicar um "pragmatismo responsável" e por isso vai insistir em fazer acordos comerciais com países de fora do bloco, seja com o resto dos parceiros ou "individualmente".
Bustillo também garantiu que a adesão do Uruguai ao Mercosul não está em dúvida. "O Uruguai aderiu ao processo de integração de forma livre e soberana e nós permaneceremos nesse processo de forma livre e soberana", afirmou.
Por sua vez, o chanceler do Brasil, Carlos França, também se referiu a acordos comerciais bilaterais sem consenso, e foi a favor da flexibilização das regras: "Estamos dispostos a discutir a flexibilidade que os países exigem, mantendo a união interna do Mercosul".
Zelensky
Não houve consenso para que Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, falasse na cúpula do Mercosul.
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