Pedro Castillo apresenta sua "renúncia irrevogável" ao partido Peru Libre, com o qual foi eleito presidente
O partido pediu que ele deixasse as fileiras e o acusou de implementar um "programa neoliberal perdedor"
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ARN - O presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou nesta quinta-feira (30) sua "renúncia irrevogável" ao partido de esquerda Peru Libre, com o qual chegou ao poder em 2021, e garantiu que a decisão se deve à sua responsabilidade "como presidente de 33 milhões" de peruanos" , apesar de na quarta-feira a própria força política ter solicitado essa ação.
"Hoje apresentei ao júri eleitoral nacional minha renúncia irrevogável ao partido político Peru Libre. Tal decisão se deve à minha responsabilidade como presidente de 33 milhões de peruanos. Respeito o partido e suas bases construídas na campanha", escreveu Castillo em sua conta no Twitter.
Além disso, o presidente disse que reafirma seu compromisso de "continuar trabalhando e promovendo grandes mudanças" em um país democrático "junto com todos os peruanos".
Nesta quarta-feira, o Peru Libre solicitou a renúncia irrevogável da militância, após um ano de conflitos entre o Congresso e o Executivo.
Por meio de uma carta publicada pelo secretário-geral do partido, Vladimir Cerrón, o partido de esquerda indicou que "depois de ter avaliado o comportamento do militante pelo estatuto", o Peru Libre decidiu que "o convida à renúncia irrevogável".
O comunicado elenca como fundamento que "as políticas empreendidas por seu governo não condizem com o prometido na campanha eleitoral" e acusa o presidente de implementar um "programa neoliberal mais frouxo".
Castillo ingressou no Peru Libre em 30 de setembro de 2020, sete meses antes do primeiro turno presidencial. O professor rural e sindicalista assumiu a presidência em julho do ano passado, após derrotar a candidata da Força Popular, Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori.
Da mesma forma, o partido acusa o chefe de Estado de incentivar a “fratura da bancada parlamentar, convites à dissidência em nossa bancada e no partido, além de promover o registro de dois partidos políticos paralelos”.
Em maio, dez legisladores do Peru Libre renunciaram ao setor político como resultado de divergências sobre a eleição dos novos membros do Tribunal Constitucional. Os legisladores formaram o Bloco Magisterial, que apóia Castillo. "Temos uma posição clara como professores", explicou a congressista Katy Ugarte.
Esta foi a segunda divisão do Peru Libre até agora neste ano. No início de janeiro, a bancada passou de 37 membros para 33. Três dos quatro parlamentares que saíram formaram a bancada do Peru Democrático, que também é formada por pedaços de Somos Perú e Ação Popular. Assim como o Bloco Magisterial, essa bancada também busca fazer acordos separados com Castillo.
O Peru Libre também mostrou sua diferença com o presidente nesta quinta-feira, quando apoiou a moção na qual o ministro do Interior, Dimitri Senmache, foi censurado "por sua falta de capacidade de gestão na liderança do setor e pela grave omissão de funções que vem prejudicando seriamente a paz e a tranquilidade do país, além de evitar o combate à corrupção”.
O porta-voz do Peru Libre, Waldemar Cerrón, disse que eles votaram a favor "do massacre que está ocorrendo em Arequipa com os mineiros" e da criminalização de quem administra a justiça. Além disso, esclareceu que eles não são mais uma "bancada oficial", mas isso não significa que eles serão "contrários à oposição".
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