América latina

Panamá: governo e manifestantes retomam negociações após duas semanas de protestos

A Igreja Católica, mediadora no conflito que começou devido ao aumento dos preços, exortou ambas as partes a dar "sinais de boa vontade"

(Foto: Foto: Twitter Laurentino Cortizo)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

ARN - A Arquidiocese do Panamá informou nesta terça-feira, 19, que a Aliança Povos Unidos pela Vida, a Aliança Nacional do Povo Organizado (Anadepo) e os grupos organizados da Comarca Ngäbe-Buglé concordaram em participar de uma "mesa única de diálogo" com o governo, após duas semanas de protestos contra o aumento do custo de vida no país.

A Igreja Católica, mediadora desse conflito, informou que o presidente panamenho, Laurentino Cortizo, reiterou a disposição de seu governo de retomar o diálogo e até levantou a possibilidade de deslocar uma delegação oficial para o local determinado pelos movimentos sociais que lideram os protestos.

continua após o anúncio

A instituição religiosa pediu aos participantes do diálogo que mostrem “sinais de boa vontade” e construam consensos “em clima de paz”. 

Os sindicatos agrupados na Anadepo romperam na segunda-feira, 18, um acordo que tinham alcançado com o governo de Cortizo dois dias antes, pois, alegam, “assinaram sob pressão” e “não viram as bases para chegar a um acordo”.

continua após o anúncio

Queda do acordo 

O líder da Anadepo, Luis Sánchez, que assinou o acordo, apareceu diante das câmeras da mídia e rasgou os documentos que surgiram da negociação com o governo. "Já havíamos avisado ao Executivo que tínhamos de consultar as bases", assegurou, afirmando posteriormente que o documento "foi assinado sob pressão". "As bases já decidiram e eu aceito o que as bases decidirem (...) não temos nenhum tipo de acordo", acrescentou.

O acordo havia sido assinado no sábado, após mais de 70 horas de negociação e mais de duas semanas após o início dos protestos. Estabeleceu que o preço do galão de combustível seria de 3,32 dólares e a formação de mesas de negociação para baixar os preços de alguns produtos da cesta básica. Em troca, os movimentos prometeram cessar as mobilizações, em particular os bloqueios nas estradas.

continua após o anúncio

Autoridades panamenhas e líderes da Andepo se reuniram no domingo para tratar dos custos da cesta básica. A delegação governamental foi composta por representantes dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário, do Comércio e Indústria, da Economia e da Autoridade de Defesa do Consumidor e Defesa da Concorrência.

Vários dos grupos mobilizados já haviam anunciado no fim de semana que não iriam aderir ao acordo, por considerar que não atendia à maioria de suas reivindicações. Os dirigentes sindicais indicaram na segunda-feira que estão em contato com as autoridades eclesiásticas, que mediaram as conversações com o governo, para estabelecer uma mesa única de diálogo.

continua após o anúncio

Alguns desses grupos denunciam que o governo de Cortizo busca dividir o movimento social negociando separadamente com diferentes organizações, argumentando que pretende atender às demandas específicas de cada setor. 

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247