Outro religioso na Nicarágua é preso; paradeiro é desconhecido
Relatos coletados pela Rádio Darío indicaram que havia policiais na paróquia e que o padre Fernando Zamora Silva foi preso como um "bandido"
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Télam - Outro religioso nicaraguense, Fernando Zamora Silva, responsável pela diocese de Siuna, no Caribe Norte, foi detido na noite do último domingo (9). Até agora, os motivos e o local onde está preso são desconhecidos, conforme informou a imprensa local nesta terça-feira (11).
Zamora Silva foi preso em Manágua depois de participar de uma missa celebrada pelo cardeal Leopoldo Brenes. Essa detenção se soma a uma série de prisões de religiosos, muitos dos quais são acusados de conspiração contra o governo.
O caso mais conhecido é o de monsenhor Rolando Álvarez, bispo da diocese de Matagalpa, que foi libertado na semana passada, mas depois foi detido novamente por supostamente se recusar a deixar a Nicarágua em troca de sua liberdade. Álvarez foi condenado a 26 anos de prisão.
O jornal digital El Confidencial citou o opositor Félix Maradiaga, que também confirmou a prisão. "Não sabemos se ele foi levado para El Chipote", uma das principais prisões do país, disse o líder. Relatos coletados pela Rádio Darío indicaram que havia policiais na paróquia e que o padre foi preso como um "bandido procurado por crimes atrozes".
Os padres Leonardo Urbina e Manuel García, ambos condenados por supostos delitos comuns, e o padre Jaime Montesinos, acusado de "atentado à soberania nacional", estão detidos no presídio La Modelo.
Outros dois padres, o pastor Rodríguez e Leonardo Guevara, ambos associados à Cáritas da cidade de Estelí, estão detidos enquanto são investigados por suposta lavagem de dinheiro. Por esse motivo, o governo congelou todas as contas bancárias da Igreja Católica.
No domingo, o governo também negou a entrada na Nicarágua ao padre Juan Carlos Sánchez, vigário da paróquia San Francisco de Asís, em Manágua, que retornava de uma viagem à Bolívia e aos Estados Unidos.
Com este caso, já são 11 nicaraguenses exilados de fato após terem a entrada no país negada. Em março, o governo do presidente Daniel Ortega rompeu relações com o Vaticano depois que o Papa Francisco descreveu o governo como uma "ditadura hitleriana" em entrevista ao Infobae. Por sua vez, Ortega chamou a Igreja de "a ditadura perfeita" e a acusou de "usar" seus bispos para "dar um golpe" no país.
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