Os símbolos na cerimônia de posse de Gustavo Petro
Sem tapetes vermelhos e com milhares de pessoas na praça, Petro se tornou o primeiro presidente de esquerda da Colômbia
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
ARN - Este domingo, 7 de agosto, foi um dia histórico na Colômbia, com a posse de Gustavo Petro como o primeiro presidente de esquerda do país, em uma cerimônia que contou com a presença de milhares de pessoas.
Apenas um minuto depois da hora marcada, Petro deixou o Palácio de San Carlos, sede do Ministério das Relações Exteriores, acompanhado de sua esposa, Verónica Alcocer, suas filhas e duas netas. De camisa branca, gravata preta e paletó azul-marinho, Petro caminhava de mãos dadas com Alcocer.
No caminho para o palco, Petro parou para cumprimentar várias pessoas que o esperavam. Além das autoridades, havia entre elas membros de movimentos sociais, como os representantes dos camponeses. No final da fila estava a guarda indígena, que pela primeira vez escoltou um presidente eleito nos poucos metros que faltavam para chegar ao palco e depois, quando Petro já estava empossado, o acompanhou até a Casa de Nariño.
Acompanhado pelos aplausos de mais de 15.000 pessoas que assistiram pela primeira vez a uma cerimônia de inauguração com público, Petro subiu ao palco, localizado na Plaza de Bolívar. Logo após as milhares de pessoas entoarem “Petro, amigo, o povo está com você”, o hino começou a soar, executado por uma sinfonia formada especialmente para a ocasião com músicos de todos os pontos do país.
Nas laterais do palco havia duas plataformas com convidados. De um lado, autoridades estrangeiras, de outro, os convidados especiais, entre os quais os ex-presidentes colombianos, mas também os convidados de honra, que mais tarde seriam mencionados por Petro em seu primeiro discurso como presidente: trabalhadores informais, pequenos empresários, um pescador que conseguiu que suas filhas fossem para a universidade, uma jovem que conseguiu estudar música em uma área remota e hoje é uma violinista de renome em seu país. A equipe de Petro disse que essas são pessoas cujas histórias de vida impactaram o agora presidente quando as ouviu durante a campanha.
A espada de Bolívar e a pomba da paz
"Peço à Casa Militar que traga a espada de Bolívar", foi a primeira ordem de Petro após assumir a Presidência. Ele disse isso antes de empossar sua vice, Francia Márquez.
Não foi um gesto insignificante. Petro havia pedido ao governo cessante, de Iván Duque, dois símbolos que considerava importantes para a cerimônia: a espada de Bolívar e a "Pomba da Paz", escultura do mestre Fernando Botero inspirada na assinatura do acordo de paz entre o governo de Juan Manuel Santos e as extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, em 2016. Os dois objetos foram inicialmente negados ao novo presidente. O governo Duque alegou questões de segurança, mas a equipe do novo governo atribuiu isso a um "capricho" de Duque.
A falta da espada fez com que a cerimônia de posse tivesse um recesso de mais de 10 minutos para aguardar a sua chegada, que se fez com uma forte escolta das forças de segurança.
A espada não só lembra o libertador da Colômbia, mas também o Movimento guerrilheiro 19 de abril (M-19), ao qual Petro se juntou em sua juventude. O roubo da espada foi a primeira ação do M-19, e seu retorno, o último antes de sua desmobilização.
Com a chegada da espada, Petro começou seu primeiro discurso como presidente da Colômbia. "Chegar aqui com esta espada, para mim, é uma vida inteira, uma existência", disse Petro, antes de garantir que a espada "representa demais" para os colombianos. "Quero que ela nunca mais seja enterrada, que nunca mais seja retida, e que seja apenas embainhada, como disse seu dono, quando houver justiça neste país", disse ele, afirmando posteriormente que gostaria que a espada de Bolívar estivesse presente nas futuras eleições presidenciais.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247