América latina

Oposição colombiana pede demissão do chefe do Exército por violar a Constituição

O general, que fez declarações políticas, foi defendido pelo presidente, Iván Duque

Comandante do exército colombiano, Eduardo Enrique Zapateiro
Comandante do exército colombiano, Eduardo Enrique Zapateiro (Foto: Luisa Gonzalez/Reuters)


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ARN - Deputados e senadores da oposição colombiana exigiram neste sábado (24) que seja transferido para a reserva o chefe do Exército, general Eduardo Zapateiro, que fez declarações políticas na sexta-feira contra o candidato de esquerda Gustavo Petro, o que é proibido pela Constituição do país. 

Zapateiro acusou Petro, o candidato progressista, favorito para vencer as eleições, de usar sua investidura como senador para se envolver em “politicagem” com o assassinato de seis soldados pelo Clã del Golfo, ocorrido na quarta-feira. Petro havia dito que enquanto havia soldados mortos pelo clã, há generais que pertencem a esse grupo. 

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Em uma série de postagens no Twitter, Zapateiro pediu que o candidato cumpra "seu dever de cidadão" e compareça ao Ministério Público para denunciar os fatos que afirma conhecer. “Não há ninguém mais ferido com a morte de um soldado do que aqueles de nós que usam camuflagem e, claro, suas famílias e o próprio país, mas seu sacrifício supremo pelo país não deve ser usado em narrativas de campanha política”, observou. 

As declarações de Zapateiro logo geraram polêmica, mas o general foi defendido pelo presidente, Iván Duque: "Um senador da República se pronunciou atacando os militares, chamando-os de cúmplices do narcotráfico". 

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Zapateiro também recebeu o apoio do candidato de direita, que conta com o apoio do partido no poder, Federico Gutiérrez, segundo colocado nas pesquisas. “Estou impressionado que um tuíte de um militar seja mais ultrajante do que as dezenas de policiais e soldados que foram assassinados na última semana. O duplo padrão de alguns setores políticos do país é impressionante”, escreveu o ex-prefeito de Medellín na mesma rede social. 

Por sua vez, o candidato centrista às eleições de maio, Sergio Fajardo, declarou-se a favor de Petro e considerou as declarações de Zapateiro "inaceitáveis".

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O senador Humberto de la Calle defendeu que Duque deve destituir Zapateiro após essas declarações. "De forma alguma é admissível a mensagem do comandante do Exército", assegurou. "É uma intervenção sem precedentes na política, claramente inconstitucional", disse. 

O deputado eleito da Alianza Verde Duvalier Sánchez falou na mesma linha: "A liderança militar deve estar à margem de intervenção nas eleições, se o general Zapateiro quer fazer política deve pedir sua aposentadoria". 

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O prefeito de Medellín, Daniel Quintero, também pediu a Duque a demissão de Zapateiro: “Pelo bem da democracia e da estabilidade nacional, o presidente Duque deve pedir a renúncia imediata do general Zapateiro, que, apesar de comandar 500.000 homens armados, decidiu tomar partido politico."

O Pacto Histórico, coalizão eleitoral de Petro, considera que não só o chefe do Exército deve ser aposentado, como também considera que suas declarações implicam falta de garantias para as eleições de 29 de maio. O senador Roy Barreras pediu a suspensão imediata do general "por sua flagrante beligerância política" e pelo risco de "interferir nas eleições portando as armas da República". Por sua vez, a senadora Clara López considerou que Zapateiro "perdeu a compostura" e que sua fala implica "falta de garantias" para o Pacto Histórico.

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