No aniversário da tentativa de golpe fracassada na Venezuela, governo chileno se distancia das celebrações
A ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, rejeitou nesta terça-feira as declarações de Daniel Jadue, prefeito de Recoleta e ex-candidato do Partido Comunista
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ARN - A ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, rejeitou nesta terça-feira as declarações de Daniel Jadue, prefeito de Recoleta e ex-candidato do Partido Comunista, que se reuniu em Caracas com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e elogiou as Forças Armadas Bolivarianas por sua lealdade ao governo.
Jadue, que perdeu as internas contra o agora presidente, Gabriel Boric, participou nesta terça da comemoração dos 20 anos do golpe contra Hugo Chávez, instância em que elogiou as Forças Armadas Bolivarianas enquanto criticava as do Chile. “Em nosso país, os militares se colocaram mais de uma vez a serviço de um país estrangeiro para derrubar seu próprio governo”, disse ele, referindo-se ao golpe de 1973 contra Salvador Allende e à interferência dos Estados Unidos nesse processo.
Depois que a intervenção viralizou nas redes sociais, a chanceler desassociou o governo das declarações. "Jadue é prefeito e como tal pode dizer o que pensa", mas "não representa o governo", ressaltou, segundo o jornal La Tercera. O Partido Comunista integra a coalizão que governa.
Na mesma linha, Urrejola destacou que "em termos de representação do governo, o presidente Boric tem sido bastante claro sobre a Venezuela", cujo governo ele criticou em várias ocasiões.
Durante a visita a Caracas, Jadue também criticou que em seu país "nunca foram presos aqueles que tiraram os olhos dos jovens que saíram para protestar há três anos", referindo-se às centenas de pessoas que perderam a visão parcial ou totalmente pelas balas disparadas por Carabineros, cujas ações ainda estão sendo investigadas pela Justiça. "Saber que neste país (Venezuela), onde todos dizem que não há separação de poderes, há centenas de agentes do Estado condenados por violações de direitos humanos, parece-nos surpreendente, porque lá no Chile, onde dizem que há separação dos Estado e que o governo não afeta a justiça, não há”, disse.
A posição de Boric sobre o governo de Nicolás Maduro
Boric criticou o governo da Venezuela em várias ocasiões e destacou que, embora "o cerco que está experimentando pelos Estados Unidos tenha um impacto", devido às sanções aplicadas por aquele país, "sem dúvida também houve um retrocesso nas condições democráticas". "O êxodo de 6 milhões de venezuelanos em todo o continente é a prova mais confiável", disse ele em entrevista após vencer as eleições.
Durante sua visita à Argentina na semana passada, Boric reiterou que "para se apresentar ao mundo, a esquerda deve ter uma posição inequívoca e um padrão único em termos de respeito aos direitos humanos". "Não pode ser que quando os direitos humanos são violados por governos considerados simpáticos, olhemos para o lado, e quando são violados por governos que consideramos adversários, gritemos para o céu", disse.
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