Nicarágua: cinco anos de um golpe fracassado
Violência por toda parte, assassinatos de sandinistas, uma campanha feroz na mídia e notícias falsas concentraram as ações dos líderes golpistas

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Manágua, 18 abr (Prensa Latina) - Com o mesmo roteiro usado nos países latino-americanos para destruir os governos de esquerda, em um dia como hoje, cinco anos atrás, a Nicarágua experimentou o início de uma tentativa fracassada de golpe.
Os grupos violentos fizeram de tudo para tentar eliminar o governo sandinista e destruir um país que, antes da tentativa de golpe, apresentava excelentes resultados econômicos em nível regional.
Violência por toda parte, assassinatos de sandinistas, uma campanha feroz na mídia e notícias falsas concentraram as ações dos líderes golpistas por quase três meses, deixando dezenas de mortos, incluindo mais de 20 policiais nacionais, segundo dados oficiais.
Para o analista político Manuel Espinosa, foi um momento muito trágico porque mais uma vez se viu a atuação da política externa dos Estados Unidos contra a Nicarágua e o desejo do país de prosperar e se desenvolver como uma nação livre e soberana.
Em diálogo com a Prensa Latina, o também diretor do Centro Regional de Estudos Internacionais (CREI) afirmou que se utilizaram de nicaraguenses "apátridas" que não hesitaram em nenhum momento em fazer o papel de traidores e atrasar a economia do país.
“Com a tentativa de golpe, conseguiram não só destruir o setor econômico, mas também dividir a sociedade nicaraguense, gerando ódio”, afirmou.
Segundo o analista, do ponto de vista da mídia, ainda vendem a ideia de que foi o povo que chamou por si e não que foi uma ação preparada, premeditada para desestabilizar o Executivo sandinista.
Ele lembrou que décadas antes de 2018, os Estados Unidos e a União Europeia se dedicaram a criar, organizar e financiar a pseudooposição.
“Eles financiaram toda uma rede de organizações não governamentais (ONGs) que mais tarde chamaram de sociedade civil; e a inúmeros partidos políticos”, afirmou.
Nesse sentido, mencionou também o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional; National Endowment for Democracy e o International Republican Institute.
Segundo o diretor do CREI, a ideia dos golpistas era criar um governo alternativo, derrubar o atual executivo, para então se firmar no poder e seguir a agenda norte-americana de dominação continental segundo a doutrina Monroe.
Por outro lado, Espinosa se referiu ao papel desempenhado pela Igreja Católica naquele ano na Nicarágua e o qualificou como desastroso.
“Assim como na década de 1980, a igreja mais uma vez se voltou contra o povo, e muitos de seus líderes religiosos lideraram o protesto”, lembrou.
Em sua opinião, as ações da igreja não são novas e resultaram na perda de fiéis em mais de 50 por cento, o que responde a suas ações contrarrevolucionárias, disse o especialista.
Ele considerou difícil que grupos violentos ressurjam no país centro-americano e tentem realizar ações como as de 2018, já que a pseudooposição, disse, não tem liderança e também não conhece a realidade do país.
A esse respeito, aludiu às conquistas da Revolução Sandinista nos últimos 16 anos, como a construção de rodovias para o povo, ampliação da rede hospitalar, educação, eletricidade e outras que penetraram na sociedade nicaraguense.
"Não podemos permitir que o mesmo cenário de cinco anos atrás se repita, pois são forças inconciliáveis que não têm outra lógica política senão a sede de vingança por terem sido derrotados desde 1979 até hoje", afirmou.
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