América latina

Mujica diz que a integração latino-americana é fundamental e pediu abertura e flexibilidade para alcançá-la

O ex-presidente uruguaio participou em Buenos Aires de um seminário organizado pela Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (CELAC) e pela CAF

(Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional)


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ARN - A integração da região é um "ser ou não ser causa" no qual se deve ser "aberto e flexível" e não estar preso a questões ideológicas, disse o ex-presidente do Uruguai, José Mujica.

A integração é uma "batalha política". Temos que proporcionar segurança e estabilidade econômica para poder atender às necessidades das massas. Não se trata de esquerda, direita ou centro, trata-se de ser ou não ser, trata-se de identidade, significa grande abertura", acrescentou Mujica, que pediu para não usar um "capacete" ao discutir este tipo de questões.

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Mujica encerrou na quinta-feira um painel de discussão no âmbito do seminário "Unidade na diversidade, América Latina e Caribe, o futuro da integração", organizado pela Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe (CELAC) e pela CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) em Buenos Aires.

Mujica argumentou que a integração regional não está apenas na esquina, porque "pressupõe uma mudança cultural" entre os latino-americanos.

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Ele disse que muitas pessoas falam sobre integração, mas ninguém se dá ao trabalho de falar com as "pessoas, as massas, as colunas dos trabalhadores" sobre esta questão.

"É hora de enfrentar a realidade e perceber que temos muitos recursos, mas temos uma dívida social gigantesca". Não vamos consertar nada culpando outra pessoa", disse ele.

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Mujica disse que temos que nos integrar com o que temos no momento e, portanto, temos que ser "abertos e flexíveis".

Ele pediu para se livrar da "síndrome do acordo absoluto" nos mecanismos de integração porque "caso contrário nada pode ser feito". "Temos que construir institucionalidade, mas lembremos que os governos são de curto prazo e por mais que sonhem e tenham boas intenções, eles são absorvidos pela realidade imediata que suga toda sua energia e estão preocupados com quem vai ganhar as próximas eleições", acrescentou ele.

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Governos, partidos políticos, centros de trabalhadores e universidades públicas devem trabalhar sobre estas questões, disse Mujica.

Fortalecimento da Celac

O ex-ministro das Relações Exteriores brasileiro Celso Amorim também participou do painel. Ele disse que esperava que o ex-presidente Lula da Silva vencesse as eleições no Brasil porque isso contribuiria para uma melhor integração da América Latina e do Caribe.

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"O mundo de hoje é mais complexo do que era na primeira década dos anos 2000", disse ele. Ele nomeou as "ameaças" colocadas pela mudança climática, pandemias e desigualdade que "se aprofundaram de forma muito grande" nos últimos 20 anos.

Amorim disse que "o trabalho deve ser feito na integração regional", mas esclareceu que isso deve ser feito "em mais de uma velocidade".

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"Para que a voz da América Latina e do Caribe seja ouvida, precisamos estar juntos". Temos que trabalhar para esta integração.

Enquanto isso, Beatriz Paredes, senadora mexicana pelo Partido Revolucionário Institucional, disse que é necessária a integração das cadeias de produção agroalimentares e da indústria farmacêutica. Ela também alertou sobre os "conflitos comuns" na região em termos de segurança e de como enfrentar o crime organizado.

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O ex-presidente colombiano Ernesto Samper (1994-1998) assinalou que o mundo está caminhando para um sistema multilateral composto por blocos. Ele lamentou que enquanto outras partes do mundo já têm blocos regionais em pleno funcionamento, a América Latina não tenha atingido este nível de integração.

Ele propôs o fortalecimento do Celac, dando-lhe mais poder e financiamento. Ele acrescentou que a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), uma organização fundada em 2008 a pedido de vários governos progressistas da época, também deveria receber um novo impulso, mas que no final da última década perdeu membros com a mudança de assinaturas políticas em vários países. 

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