América latina

México vota contra reforma nacionalista no setor elétrico; Obrador acusa deputados de 'traição'

Proposta rejeitada na Câmara dos Deputados visava o incentivo a usinas estatais e cortes na venda de energia para empresas privadas

(Foto: Wikimedia Commons)


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247, Opera Mundi - Após a reforma constitucional elétrica promovida pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, que visava aumentar o incentivo estatal no setor, não alcançar os votos necessários, a Câmara dos deputados do México rejeitou a proposta no último domingo (17/04).

O projeto, que alteraria três artigos da Carta Magna do país, foi rejeitado por 275 votos a favor, 223 contra e nenhuma abstenção. Para que fosse aprovada, a iniciativa precisaria de 332 votos de apoio dos 498 parlamentares, e não foi apoiada por grupos políticos da oposição, nem pelo setor privado nacional e estrangeiro, que expressaram publicamente seu desacordo com a iniciativa.

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O objetivo da proposta promovida por López Obrador era revogar a lei de energia de 2013, bancada pelo ex-presidente Enrique Peña Nieto, que, segundo ele, "concede maiores benefícios às empresas privadas e estrangeiras”. 

Assim, a reforma elétrica visava incentivar usinas estatais a se tornarem autossuficientes e, ao mesmo tempo, cortar as vendas de energia de projetos privados que vêm do exterior.

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Com o resultado da votação, pela primeira vez, a Câmara dos Deputados mexicana rejeitou uma iniciativa proposta pelo Movimento de Regeneração Nacional (Morena), partido de Obrador.  

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“Ato de traição” 

Após a reprovação do projeto na Câmara, o presidente mexicano afirmou nesta segunda-feira (18/04) que a rejeição constitui um “ato de traição”. Durante a coletiva de imprensa desta manhã, Obrador declarou que “um grupo de legisladores cometeu um ato de traição ao México”.

Além disso, o governante qualificou como "infeliz" a quantidade de votos a favor que recebeu a reforma em comparação ao que precisava para ser aprovada. 

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“Em vez de defender os interesses do povo, da nação, em vez de defender o que é público, tornaram-se defensores declarados de empresas estrangeiras que se dedicam a prosperar, a roubar”, acrescentou. 

Obrador ainda declarou que “o governo continuará sua luta para conseguir uma reforma energética em benefício da maioria”. 

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Nacionalização do lítio

Uma nova proposta, também assinada por Obrador, foi aprovada nesta segunda-feira. O novo projeto destaca as mudanças na Lei de Mineração para proteger o lítio do país, de forma que seja explorado apenas pelo Estado, sem interferência de empresas privadas.

Embora o país não tenha nenhum depósito de lítio em operação, o México tem 36 concessões para sua produção. "No país com menos reservas da região, estão sendo estudados mais de 80 pontos onde esse mineral poderia existir", disse o Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica.

Este relatório indica que o país tem um custo de extração mais alto do que o resto da região, uma vez que o lítio está associado à argila. "Além disso, existem as cláusulas legais do Tratado México-EUA. EUA-Canadá (TMEC, ex-NAFTA) que conectam a indústria mexicana diretamente com a América do Norte, o que dificulta qualquer desenvolvimento da cadeia de valor de forma soberana", explica o informe.

À medida que a demanda global por lítio aumenta, os mercados globais estão olhando para a América Latina, que possui mais de dois terços dos depósitos de lítio do mundo. O lítio é peça chave para a transição energética para as energias renováveis, e os governos latino-americanos desenham estratégias para promover o desenvolvimento desta nova oportunidade para a região. (Com ARN).

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