Guillermo Lasso diz que é hora de "curar feridas" após o acordo que pôs fim a 18 dias de greve
O presidente equatoriano agradeceu o "extraordinário trabalho de conciliação" da Igreja Católica
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ARN - O presidente do Equador, Guillermo Lasso, falou nesta quinta-feira (30) em rede nacional e garantiu que é hora de "curar feridas" após o acordo alcançado com a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que encerrou 18 dias de mobilizações em todo o país.
Nesse sentido, o presidente sublinhou que "o valor supremo" a que todos aspiravam, a paz, foi alcançado. “É hora de curar as feridas, superar a divisão entre os equatorianos e nos unir em um único objetivo, reconstruir o Equador, devemos recuperar o tempo perdido, trabalhar duro, especialmente para os mais vulneráveis”, enfatizou.
Além disso, disse que agora é a hora de empreender a tarefa de "transformar a paz" em "progresso, bem-estar e oportunidades para todos". Nesse sentido, destacou que seu governo fará do campo e da vida rural uma "prioridade nacional" e porá fim ao abandono que sofre do Estado "há mais de 40 anos".
“Ouvimos e sabemos os desafios que temos pela frente, sempre dissemos que a política deve servir para tirar o melhor de cada um, agora é a hora de fazê-lo”, sublinhou.
Lasso também enfatizou que todo o país aprecia "o extraordinário trabalho de conciliação da Igreja Católica", já que este acordo de paz - que é válido por 90 dias - foi alcançado após a mediação da Conferência Episcopal do Equador com os líderes de ambas as partes no conflito.
“O alívio que sentimos hoje revela uma realidade, somos uma família, todos queremos o melhor para este país, estamos aqui para construir um Equador melhor, unido, forte e solidário”, concluiu.
“Celebrar o triunfo do povo”
Feito o acordo, o presidente da Conaie, Leônidas Iza, dirigiu-se aos manifestantes na Casa da Cultura, em Quito, e convocou para celebrar "o triunfo do povo" e disse que o que foi obtido permite "impulsionar processos de transformação".
“Com toda a honestidade para com os companheiros, você não precisa calcular tanto como lutar, você só precisa lutar. Precisamos reafirmar a luta, a unidade do campo e da cidade”, afirmou o líder indígena.
Além disso, ele disse que é necessário produzir uma mudança "nas estruturas organizacionais" e por isso deve haver maior unidade entre os trabalhadores da cidade e os camponeses.
Embora tenha ressaltado que não obtiveram a redução de 40 centavos que desejavam, pediu para "celebrar o triunfo do povo" e fez uma comparação entre as mobilizações indígenas de 2019, em que foi revogado o decreto que eliminou os subsídios aos combustíveis, e ele disse que nesta ocasião eles ganharam os 10 pontos reivindicados.
“Certamente não na medida que queríamos, mas acho que uma parcela de responsabilidade é importante para que eles entendam que sem os camponeses as cidades não comem. Temos que nos organizar para que os benefícios cheguem aos mais pobres”, enfatizou.
O acordo
No documento, apresentado nesta quinta-feira pela Conferência Episcopal, mediadora do diálogo, o governo concordou em reduzir o preço do combustível mais do que o anunciado anteriormente, revogar o estado de exceção restabelecido na quarta-feira e estabelecer mesas temáticas de negociação sobre outras reivindicações do movimento indígena.
Além disso, no documento o governo indica que já adotou medidas exigidas pelos manifestantes, mas reconhece que é preciso adotar melhores caminhos. Nesse sentido, menciona a revogação de uma política de hidrocarbonetos e o anúncio de uma reforma da lei de mineração, ambas reivindicações da Conaie.
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