Governo do Equador e movimento indígena preparam novo diálogo
O governo, numa espécie de gesto de boa vontade, ofereceu perdão ao ex-líder da Conaie Antonio Vargas
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TeleSur - O governo equatoriano e membros do movimento indígena do país voltarão ao diálogo na quarta-feira na tentativa do presidente Guillermo Lasso de mudar o ânimo após seu retorno da cúpula do clima em Glasgow, Escócia, no marco de uma onda de protestos populares que durou vários semanas.
Segundo a assessoria de imprensa da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), “o convite é aceito”, pois a organização que reúne povos e nacionalidades equatorianas defendeu nas redes sociais um diálogo transparente e com resultados.
“No dia 10 de novembro, os povos, nacionalidades e organizações sociais esperam uma verdadeira participação democrática e atenção do Governo Nacional às propostas e alternativas para o enfrentamento da crise”, declarou o movimento.
Esse retorno à mesa de diálogo ocorre em um momento de menor tensão e com um governo aberto à negociação após um mês em que o Executivo enfrentou um bloqueio parlamentar; atualmente desbloqueado.
Além disso, Lasso carrega as consequências da publicação de Los Papeles de Pandora e os protestos de rua de grupos sociais entre 26 e 27 de outubro. Um desses protestos aconteceu em Quito, com menor participação do que o convocado e com o bloqueio de estradas em uma dezena de províncias.
As manifestações tiveram que ser suspensas antes da partida de Lasso para a cúpula da COP26 e para a Espanha e para os feriados por ocasião do Dia dos Mortos e da Independência de Cuenca.
Apesar das graves acusações trocadas entre o presidente equatoriano e o chefe da Conaie, Leônidas Iza, o movimento indígena conseguiu aceitar o convite após consulta às suas bases.
O grupo instou o Governo a tornar público o diálogo, com representação das organizações e dos povos, para que haja “transparência e verdadeira participação democrática”, embora a forma do diálogo ainda não tenha sido detalhada.
Em contrapartida, o Governo prevê um fórum de composição reduzida em que se possam fazer progressos e onde não haja problemas de "gestão política" ou de assembleia aberta, segundo a Ministra do Governo, Alexandra Vela.
Previamente a essa reunião, em 4 de outubro, as partes se reuniram com cinquenta representantes indígenas, em uma negociação que terminou de forma satisfatória para o Governo, mas sem resultado para a Conaie.
Como um aparente gesto de boa vontade, o Governo anunciou nesta segunda-feira o perdão de três lideranças indígenas que foram detidas por diversos motivos, incluindo o ex-chefe do Conaie, Antonio Vargas, que foi acusado em 2017 de suposto tráfico de terras.
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