Equador: Guillermo Lasso diz que aceita diálogo com a organização mapuche Conaie
Presidente ressaltou que o governo acatou todas as sugestões apresentadas pela Conaie, e que medidas compensatórias foram anunciadas
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ARN - O presidente do Equador, Guillermo Lasso , aceitou nesta terça-feira, 21, o diálogo proposto pela organização mapuche Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), e afirmou que aguarda uma resposta.
"Me refiro à sua atenta comunicação de 19 de junho de 2022, por meio da qual manifesto seu interesse e daqueles que você representa, em apoiar o processo de diálogo em relação às mobilizações que surgiram no país desde 13 de junho", indicou o presidente em um documento compartilhado via Twitter.
Em seguida, ressaltou que o governo acatou todas as sugestões apresentadas pela Conaie, e que medidas compensatórias foram anunciadas publicamente nesse sentido.
“Estamos cientes do processo de resolução dos problemas de um país dinâmico e, por isso, estamos dispostos a identificar conjuntamente os melhores caminhos para essas soluções”, acrescentou.
Por fim, indicou que “a partir de sua melhor predisposição” e de seu gabinete, está disposto a participar de um processo de diálogo “franco e respeitoso” entre a Conaie e o restante das organizações da sociedade civil “que desejam participar do processo” e assim poder “buscar soluções para cada uma das necessidades legítimas das famílias equatorianas”.
Essa declaração surgiu no marco do novo estado de exceção que Lasso anunciou ontem, como resultado da chegada das mobilizações em Quito.
O chefe de Estado, que acusou os manifestantes de quererem "expulsá-lo" de seu cargo, indicou que o estado de emergência se deve a uma "grave comoção interna" em várias províncias devido à "greve por tempo indeterminado" organizada pela Conaie.
O anúncio de Lasso veio minutos antes da Assembleia Nacional votar pela revogação do estado de emergência anterior e exigir que o governo abra um diálogo real com os povos indígenas. Essas resoluções se somam a outras que marcam a tensão que persiste entre o governo e o Legislativo, onde a oposição é majoritária.
"Crise dos direitos humanos"
A Anistia Internacional alertou Lasso na terça-feira que a repressão policial aos protestos "está causando uma crise de direitos humanos que lembra a de outubro de 2019".
“Durante a repressão dos protestos de outubro de 2019, organizações de direitos humanos no Equador e a Anistia Internacional documentaram violações semelhantes de direitos humanos, que ainda permanecem impunes”, lembrou o relatório da AI.
Também registrou 79 prisões, 55 pessoas feridas e 39 episódios de violações de direitos humanos, incluindo uso excessivo da força, prisões arbitrárias de manifestantes, ataques a jornalistas e organizações da sociedade civil. Da mesma forma, pelo menos 16 pessoas ficaram feridas durante a repressão policial na noite de sexta-feira, 17, na cidade de Riobamba. Os manifestantes foram atingidos por projéteis, incluindo no crânio e nos olhos.
Por que a mobilização?
O motivo da greve, por tempo indeterminado, é protestar contra o alto preço dos produtos de primeira necessidade, a precariedade dos hospitais públicos, os preços dos combustíveis, a ausência de crédito para fomentar a produção, a atenção ao setor agropecuário e a privatização das empresas públicas, entre outros.
Surgiu da organização da Conaie e de outros 53 grupos, que entenderam que o povo "deveria se levantar depois de esgotadas as instâncias de diálogo com o governo".
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