Embaixador russo na ONU critica governo Iván Duque no Conselho de Segurança
Segundo Vasili Nebenzia, o governo colombiano teve dificuldades em cumprir os acordos de paz por ser "incapaz de garantir a segurança" dos ex-combatentes das FARC
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ARN - Durante a sessão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o embaixador russo, Vasili Nebenzia, e o presidente da Colômbia, Iván Duque, discutiram calorosamente os acordos de paz que o país sul-americano implementou com a extinta guerrilha de Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Segundo Nebenzia, o governo colombiano teve dificuldades em cumprir os acordos de paz por ser "incapaz de garantir a segurança" dos ex-combatentes das FARC. “Persistem os desafios da autoridade no meio rural para implementar uma reforma agrária. É claro que com o aumento da violência não se conseguiu a paz”, explicou.
Em contraste, Duque ironizou que era "muito importante" que "aqueles que dilaceram um povo hoje dêem mensagens de paz ao mundo enquanto cometem atos fratricidas".
“Que neste Conselho de Segurança da ONU; neste órgão deste sistema das Nações Unidas, que foi criado para que a humanidade resolva seus conflitos no entendimento de um diálogo multilateral, não se fala em paz para quem está semeando guerra e desolação”, sentenciou.
Balanço geral
Por outro lado, o presidente colombiano fez um balanço sobre os acordos de paz alcançados no país. O chefe da Missão da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, também falou na sessão, apresentando os resultados de um relatório trimestral e uma visão mais crítica da situação no país após os acordos assinados em 2015.
Entre outras coisas, Massieu alertou que a violência continua sendo uma das principais dificuldades para os signatários da paz voltarem à vida social e pediu uma investigação sobre a operação militar de 28 de março no departamento de Putumayo, que deixou um saldo de 11 mortos. O governo garantiu que naquele dia os membros da dissidência das FARC foram "neutralizados", mas organizações da sociedade civil denunciaram a morte de civis, entre eles um líder indígena e um adolescente de 16 anos.
“Destaco a importância de as autoridades competentes investigarem minuciosamente a morte de 11 pessoas, incluindo indígenas e líderes comunitários, relatadas no âmbito de uma operação militar contra membros de um grupo armado ilegal em Puerto Leguízamo”, disse Massier.
Duque, por sua vez, destacou as principais conquistas em termos de paz que seu governo teve, que terminará seu mandato em agosto deste ano. O presidente destacou que na Colômbia existem 12.828 pessoas que "estavam no caminho errado das armas" e hoje estão "em processo de reintegração à sociedade colombiana", algo que é "único no mundo".
"Muitas dessas pessoas em processo de reincorporação estão vinculadas a projetos produtivos, são mais de 8.600 delas que estão diretamente em projetos individuais ou coletivos produzindo, comercializando e buscando uma vida melhor para suas famílias", disse o presidente, que estimou que 85% dos ex-combatentes têm acesso à segurança social, ao sistema de pensões e ao sistema de saúde.
Ele também lembrou a prorrogação da Lei 1.448 para a reparação das vítimas e assegurou que seu governo passou de três para 50 processos de reparação coletiva, que beneficiaram cerca de 400.000 vítimas, segundo estimativas.
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