Comitê de solidariedade com povo da Nicarágua critica deportação de nicaraguenses aos EUA
Comitê criticou o 247 por 'publicar versão oficial do regime ditatorial nicaraguense'
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247 - Comitê Brasileiro de Solidariedade com o povo da Nicarágua enviou nota ao 247 na qual critica notícia sobre a deportação de 222 pessoas daquele país acusadas de participar de uma tentativa de golpe de estado.
Leia a nota na íntegra:
O Comitê Brasileiro de Solidariedade com o Povo da Nicarágua expressa nosso protesto, indignação e surpresa pela Nota Informativa publicada no dia 09 de fevereiro de 2023, na capa da América Latina, com a manchete “Nicarágua deporta 222 ‘traidores da pátria’ para os EUA”, em referência ao desterro de prisioneiros políticos, praticado no mesmo dia.
A nota reproduz fielmente a informação publicada pela agência Kawsachun News. É inexplicável e lamentável que a editoria do 247 tenha republicado essa que é a versão oficial do regime ditatorial nicaraguense, sem questioná-la ou mesmo oferecer aos seus leitores outras versões acerca desse evento que é relevante não só para a Nicarágua como para a democracia regional como um todo.
Vamos aos fatos. Primeiro não existe “deportação” de pessoas que estão no seu próprio país de origem (só existe deportação quando um nacional está em outro país e é demandado pelo seu próprio governo). Segundo, as 222 pessoas levadas aos EUA não são traidoras, eram presas políticas, punidas por contestar um regime ditatorial. E foram sujeitos não à deportação, mas ao desterro, que constitui uma flagrante violação de Direitos Humanos. Figura jurídica que, de fato, não existe na norma legal nicaraguense, nem tampouco no Brasil.
A reprodução literal da nota da Kawsachun News que trata a ditadura nicaraguense como um regime legítimo é, sobretudo, inexplicável no atual contexto brasileiro onde a defesa e reconstrução da Democracia são prioritárias.
O Comitê que assina essa carta é integrado por nicaraguenses, residentes no Brasil, e brasileiros solidários, ativistas, feministas e pesquisadores universitários, todas e todos do campo progressista brasileiro. Solicitamos a publicação do nosso protesto na mesma capa e ficamos à disposição para qualquer debate e esclarecimento, desde uma visão da esquerda democrática e progressista no Brasil.
Fraternalmente
Comitê Brasileiro de Solidariedade com o povo da Nicarágua
APOIAM:
Lena Lavinas, Professora, Departamento da Economia da UFRJ
Bila Sorj, Professora Titular, Departamento de Sociologia da UFRJ
Marco Prado – Professor Associado da UFMG
Sidney Waismann, Produtor Musical, Rio de Janeiro.
Angela Freitas, Campanha Nem Presa Nem Morta/ Brasil
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