América latina

Com novo embaixador em Caracas, Argentina e Venezuela se reaproximam

Uma cerimônia marcou o restabelecimento de relações entre os dois países, que foram praticamente paralisadas pelo ex-presidente argentino Mauricio Macri

Presidentes Alberto Fernández (Argentina) e Nicolas Maduro (Venezuela)
Presidentes Alberto Fernández (Argentina) e Nicolas Maduro (Venezuela) (Foto: Gabriel Bouys - Reuters / Miraflores Palace-Handout via Reuters)


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Lucas Estanislau, Brasil de Fato - Caracas (Venezuela) - O novo embaixador da Argentina na Venezuela, Oscar Laborde, entregou nesta segunda-feira (25/07) suas credenciais diplomáticas ao presidente venezuelano Nicolás Maduro. A cerimônia diplomática marca o pleno restabelecimento de relações entre os dois países, que foram praticamente paralisadas pelo ex-presidente argentino Mauricio Macri há sete anos, em 2015.

Em nota, o governo venezuelano afirmou que a chegada de Laborde tem "uma importância especial pois as relações bilaterais entre Argentina e Venezuela se tornaram tensas durante o mandato do liberal Mauricio Macri, quem reconheceu a figura de governos paralelos [...] e apoiou fórmulas de ingerência que promoveram o ataque econômico e financeiro contra a Venezuela".

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"Poder restabelecer plenamente as alianças de respeito mútuo, autodeterminação e não ingerência sustentarão as bases do trabalho que o novo embaixador Oscar Laborde vai desempenhar", afirmou o governo venezuelano.

Formalmente, Caracas e Buenos Aires não romperam relações nos últimos anos, ainda que o governo argentino tenha se afastado quase que totalmente do país vizinho. Durante o mandato de Macri, iniciado em 2015, o ex-presidente nunca nomeou um embaixador para a Venezuela.

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Além disso, o direitista não reconheceu a vitória eleitoral de Nicolás Maduro nas eleições de 2018 e um ano depois, em 2019, passou a considerar o então deputado Juan Guaidó como "presidente interino" do país, chegando a reconhecer a autoridade de venezuelanos apontados pelo opositor como "diplomatas" na Argentina.

Após o fim do governo de Macri, em 2019, o atual presidente, Alberto Fernández, iniciou uma reorientação na política externa em relação à Venezuela. Uma das primeira medidas, logo no primeiro ano do mandato do peronista, foi a saída do Grupo de Lima, entidade composta por governos de direita que funcionava como mecanismo de pressão contra Caracas.

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Em 2020, Fernández retirou o reconhecimento do governo argentino aos "diplomatas" de Guaidó. Já em 2022, ao receber o presidente do Equador, Guillermo Lasso, em Buenos Aires, Fernández manifestou pela primeira vez suas intenções de "retomar seus laços diplomáticos plenos com a Venezuela".

Investigações sobre exercícios militares

Em fevereiro de 2022, documentos revelados pelo portal argentino El Cohete a la Luna indicavam que, durante o governo Macri, o país teria feito exercícios militares projetando uma invasão à Venezuela. 

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Os documentos são datados de 2019, no auge da campanha de "pressão máxima" implementada pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump contra o país latino-americano.

Após as revelações, os governos argentino e venezuelano concordaram em iniciar uma investigação conjunta sobre o ocorrido.

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Na nota publicada nesta segunda-feira sobre a entrega de credenciais de Laborde, Caracas voltou a mencionar os supostos planos e afirmou que isso fez parte do "espinhoso transitar dos vínculos" entre os países.

"Cabe destacar que esses exercícios militares ocorreram no momento em que o ex-presidente Donald Trump estava planejando formas de derrubar o presidente venezuelano, incluindo sanções comerciais que contavam com o respaldo de vários países sul-americanos, incluindo a Argentina", disse a Venezuela.

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