Colômbia: Gustavo Petro pode contar com maioria no Congresso
Petro comemorou o apoio majoritário no Congresso para seu governo, mas alertou para o "perigo" de que as novas adesões impliquem "encolhimento" das reformas prometidas
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247 com ARN - Uma semana depois de sua vitória, o presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, acrescentou o apoio de novos partidos à bancada governista, o que lhe permitiria alcançar maioria no Congresso, ao menos para iniciativas pontuais.
O bloco de esquerda, Pacto Histórico, conseguiu que pelo menos quatro partidos de centro e centro-direita aderissem ao chamado Grande Acordo Nacional.
Petro comemorou ter obtido apoio majoritário no Congresso para seu governo, que começará em 7 de agosto, mas alertou para o "perigo" de que as novas adesões impliquem "encolhimento" das reformas prometidas.
“Por que queremos ser maioria no Congresso? Não há outro objetivo além da aprovação de algumas reformas. Se as reformas não forem aprovadas, não vale a pena ter maiorias”, disse o primeiro presidente eleito de esquerda da Colômbia em entrevista à revista Cambio.
Na mesma linha, o presidente eleito alertou que novas alianças também são um "perigo". “Muitos grupos dirão: 'vamos voltar ao governo, vamos iniciar um diálogo com o governo, mas reduzir suas reformas, para moderar ou moderar'”, destacou.
Quando a próxima legislatura tomar posse, o Pacto Histórico terá 48 parlamentares (20 no Senado e 28 na Câmara dos Deputados). A isso se somam dez legisladores da Câmara dos Comuns (cinco em cada câmara).
Na semana passada, o bloco de centro-direita do Partido U (10 senadores e 16 deputados) e do Partido Conservador (14 senadores e 25 deputados) anunciaram que fariam parte do bloco governamental nas câmaras. Ambos os partidos fazem parte da coalizão que apoia o presidente Iván Duque.
Este sábado, Petro nomeou a primeira figura de seu gabinete: o ex-presidente do Partido Conservador, Álvaro Leyva Durán, que vai chefiar o Ministério das Relações Exteriores.
O governo do Pacto Histórico também terá o apoio de parte da bancada da Aliança Verde, que conta com 13 senadores e 17 deputados, aos quais se somam os votos do Partido Liberal, que tem 14 cadeiras no Senado e 32 nos deputados.
Apesar disso, os grupos políticos não demoraram a propor condições.
Além de agregar maior apoio nas Câmaras, as novas alianças aproximam o Pacto Histórico de “ter o cargo de presidente do Senado, essencial para implementar seu plano de governo”, disse o secretário-geral do Partido Liberal e ex-presidente da Colômbia, César Gaviria (1990-1994).
Além disso, esta semana Petro deve se reunir com o ex-presidente Álvaro Uribe Vélez (2002-2010), fundador do atual partido no poder, o Centro Democrático. "É basicamente construir um clima que eu chamaria de paz, diálogo, sem pensar em unanimidade", disse Petro.
Por fim, o líder de esquerda alertou que "o Acordo Nacional tem que ser gerado em espaços que não sejam estritamente parlamentares, que sejam sociais" e ressaltou a importância de se alcançar políticas e acordos regionais porque se "o governo não for capaz de fazer transformações , a sociedade explode”.
“Estamos vendo o Equador, não posso me envolver, mas é uma explosão lá de novo. Vimos no Chile. O Chile está processando isso de forma pacífica e democrática, temos que ver o que acontece a seguir. Em alguns desses processos surgiram anomalias tentando levá-los ao passado. Então, repressões sobre opositores, presos políticos, na Nicarágua, por exemplo. Aqueles que estão presos na Nicarágua, e aqui estou eu mais uma vez vestindo uma camisa 11, são os que fizeram a revolução contra Somoza”, avaliou o próximo presidente da Colômbia.
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