Colômbia: ELN expressa "total vontade de avançar em um processo de paz" com o futuro governo Petro
Durante a campanha, Petro prometeu retomar "as negociações com o ELN para acabar com a existência da insurgência armada na Colômbia"
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ARN - O Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN) expressou nesta segunda-feira, 20, "sua total disposição de avançar em um processo de paz", após a vitória de Gustavo Petro no segundo turno das eleições presidenciais, neste domingo, 19.
Por meio de nota, a guerrilha indicou que "mantém ativo seu sistema político e militar de luta e resistência", mas que, após a mudança de governo em agosto, está disposto a dialogar para buscar "continuidade na mesa de negociações".
58 anos após a fundação das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do ELN, mais de 2.450 pessoas fazem parte atualmente do movimento guerrilheiro, segundo dados da organização Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz). No total, são oito frentes que se reconhecem autônomas em suas ações paramilitares, criminosas e econômicas.
O ELN pediu um diálogo sobre as "altas taxas de desemprego", "a criminosa contrarreforma agrária", a transição energética, "um modelo econômico não centrado na extração de minerais" e a desigualdade na Colômbia, "enquanto metade da riqueza produzida deve ser entregue ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para pagar a gigantesca dívida externa”.
"Se o presidente eleito tomar posse no dia 7 de agosto para fazer as mudanças", prosseguiu, "a Colômbia terá um governo apoiado pelo movimento popular", disse o grupo guerrilheiro. Por outro lado, se o novo presidente "se instalar para fazer 'mais do mesmo', terá o povo nas ruas exigindo mudanças com mais veemência do que em 2019 e 2021 ".
Em seu programa de governo, o líder do Pacto Histórico prometeu avançar "no diálogo com o ELN" e submeter "grupos multicriminosos à justiça".
“Cumpriremos integralmente os acordos de paz com as FARC e retomaremos as negociações com o ELN para encerrar a existência da insurgência armada na Colômbia por meio do diálogo político. Vamos implementar um processo pacífico de desmantelamento do crime organizado por meio do diálogo e da submissão à justiça”, detalha o programa.
O ELN, que se define como marxista-leninista, foi formado em 1964 e desde então continua sendo um dos principais atores do conflito armado interno do país. No ano passado, seus ataques aumentaram, segundo o Indepaz, devido a disputas armadas com outros grupos e não porque sua capacidade militar ou influência política tenha crescido.
Petro venceu neste domingo no segundo turno o candidato da Liga de Governadores Anticorrupção, Rodolfo Hernández, que obteve 47,3% dos votos. No dia da eleição, 58,09% dos aptos a votar participaram, o número mais alto desde 1998.
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